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Etanol, açúcar e o El Niño: Os fatores de atenção para as usinas e o mercado em 23/24; preços devem atingir recorde

21 set 2023, 11:51 - atualizado em 21 set 2023, 12:25
açúcar el niño etanol
Para analista do mercado de açúcar e etanol, os preços do açúcar devem atingir o patamar histórico de US$ 0,30 em novembro na bolsa de NY (Foto: Pixabay)

Nesta quinta-feira (21), aconteceu o terceiro dia da sexta edição da Agri Week, evento da Safras & Mercado com perspectivas para o agro na safra 2023/2024.

No painel “Mercado de Açúcar e Etanol: Efeitos do El Niño sobre a entressafra de cana da temporada 2023/24 e perspectivas para safra 2024/25”, o analista da consultoria Mauricio Mucuri apontou os desafios para os próximos ciclos. 

Na abertura, Mucuri destacou o fenômeno climático El Niño como o principal fator de influência sobre o mercado. 

“A nossa percepção é de que o El Niño é um fenômeno muito aleatório. Em 2016, tivemos um El Niño muito forte, com alta de 2,5 °C para as temperaturas no Oceano Pacífico, e, mesmo assim, tivemos uma safra dentro do normal para cana-de-açúcar no período, sem quebras. Assim, o grande detalhe fica para o El Niño padrão que devemos ter, dentro da média, muito diferente do ‘El Niño monstro’ registrado em 2016”, explica.

Em 2023, o mercado global de açúcar convive com um cenário de seca na Tailândia, monções abaixo da média na Índia e duas incidências de chuvas depois do início da safra 23/24 no Brasil, o que atrasou a moagem da cana.

“Para semana que vem, devemos ter uma onda de calor que vai elevar as temperaturas entre 40°-45 °C no Centro-Oeste e Paraguai, afetando áreas do oeste de São Paulo. Assim, há um vetor de risco para cana no curtíssimo prazo, ainda que a cultura seja resistente quanto a temperaturas mais elevadas”, diz. 

Médio prazo

Em outubro e novembro, há perspectivas de bons acumulados para áreas de cana-de-açúcar do Brasil, entre 100 e 130 milímetros.

Por outro lado, os maiores volumes podem atrapalhar a moagem da produção no período, um fator negativo. 

“Por menor que seja a incidência de chuvas no oeste de São Paulo, onde há a maior concentração do canavial, ainda assim, são volumes muito elevados. Quando chove 3 milímetros em um dia, as usinas já apresentam dificuldade para moer cana, tendo que desacelerar os trabalhos. Com 5 milímetros, eles já param a moagem”, pontua. 

Dessa forma, o analista ressalta que será muito difícil para as usinas realizarem a moagem da cana-de-açúcar no período.

Preços do açúcar em Nova York 

De acordo com Mucuri, a antecipação dos acumulados de chuva no Centro-Sul, que normalmente ocorrem apenas em novembro, devem criar um grande problema para as usinas, sendo um suporte de alta para os preços do açúcar na bolsa de Nova York (ICE Futures) e o etanol hidratado no Brasil.

“Ainda que haja bons estoques de etanol, já que os preços estavam abaixo e as usinas não queriam vender, as usinas vão ter um bom volume para atender o mercado. No entanto, isso será um vetor de alta para o açúcar em NY e o etanol hidratado, que consequentemente puxará o anidro. O açúcar cristal no mercado interno deve subir também”, avalia. 

A expectativa da Safras & Mercado é de que os preços do açúcar fiquem em US$ 0,30 em novembro na bolsa de Nova York, para o contrato de março de 2024.

A expectativa da consultoria é para moagem de 580 milhões de toneladas no Centro-Sul na safra 2023/2024.

Confira a transmissão completa no link.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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