Saúde

África busca culpados em meio à piora da crise de coronavírus

20 jul 2020, 11:41 - atualizado em 20 jul 2020, 11:41
Africa
O ritmo de infecções no continente mais pobre do mundo foi relativamente lento no início devido a quarentenas rigorosas impostas por muitos países, mas os casos confirmados dispararam quando as economias reabriram (Imagem: REUTERS/Siphiwe Sibeko)

Líderes africanos têm assumido uma postura crítica em relação aos cidadãos em meio à dificuldade de conter a propagação do coronavírus com sistemas de saúde já precários que estão sobrecarregados com maior fluxo de pacientes.

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A mensagem dos governos de vários países – que inicialmente elogiavam os cidadãos por apoiarem as medidas contra a pandemia – mudou, e algumas autoridades agora os repreendem por não fazerem o suficiente.

A mudança de tom marca a tentativa de líderes do continente de se livrarem de parte da responsabilidade pelo número crescente de casos e evitar possíveis distúrbios sociais, disse Amaka Anku, chefe da prática de África do Eurasia Group.

Eles estão “lembrando os eleitores de que o governo estabeleceu regras claras que as pessoas precisam seguir”, disse Amaka. “Então, se algumas pessoas não as seguem, o governo não deve ser responsabilizado.”

O ritmo de infecções no continente mais pobre do mundo foi relativamente lento no início devido a quarentenas rigorosas impostas por muitos países, mas os casos confirmados dispararam quando as economias reabriram, ultrapassando a marca de 600 mil na semana passada.

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Manter o distanciamento físico se mostrou difícil em muitas favelas, e os apelos para o uso de máscaras muitas vezes não são ouvidos, pois algumas pessoas questionam a gravidade da doença.

A piora da pandemia “pode criar uma receita para distúrbios políticos”, afirmou Dismas Mokua, analista político em Nairóbi, capital do Quênia.

“Cidadãos insatisfeitos com o status quo culparão o governo pelos erros de omissão e de comando que resultam em aumento de infecções e mortes, bem como oportunidades econômicas perdidas.”

Na África do Sul, que tem quase metade dos casos confirmados de vírus no continente, o governo tem enfrentado críticas por impor algumas regras de quarentena aparentemente arbitrárias que causaram dificuldades econômicas indevidas.

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Embora inicialmente autoridades tenham admitido que cometeram erros e tenham se comprometido a corrigi-los, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi à ofensiva na semana passada e criticou os que continuam em bebedeiras, organizando festas e que não usam máscaras em público.

Também na semana passada, o governo da Costa do Marfim disse que o uso de máscaras em público será obrigatório, já que as recomendações para adotar a medida foram amplamente ignoradas, e instou cidadãos a manterem o distanciamento físico.

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, alertou que as restrições de mobilidade serão restabelecidas se os cidadãos não cumprirem o dever cívico de manter a pandemia sob controle – um alerta também enviado pelo ministro da Informação de Gana, Kojo Oppong Nkrumah.

Na Nigéria, autoridades enfatizaram cada vez mais que os cidadãos devem assumir a responsabilidade por sua própria saúde e alertaram que pessoas que não usarem máscaras ou não respeitarem o distanciamento físico serão presas. Várias centenas de pessoas já foram processadas.

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Os cidadãos precisam exercer responsabilidade pessoal, mas seu impacto individual na trajetória da doença é limitado, disse Mokua.

“É responsabilidade dos líderes políticos oferecer orientação” e achatar a curva de infecção, disse. “Não podem passar a bola.”

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