Saúde

Agência da União Europeia destaca desafio de monitorar segurança de vacinas

16 nov 2020, 13:46 - atualizado em 16 nov 2020, 13:46
Astrazeneca
A Astra e a Universidade de Oxford também podem ter resultados preliminares nas próximas semanas (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa)

O monitoramento da segurança de vacinas contra a Covid-19, especialmente as que contam com novas tecnologias como o RNA mensageiro, será um dos maiores desafios quando estiverem amplamente distribuídas, de acordo com a nova diretora executiva da agência de medicamentos da Europa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os resultados positivos não “eliminarão a necessidade de monitorar com muito cuidado essas novas vacinas, particularmente as duas primeiras que parecem estar surgindo”, disse em entrevista Emer Cooke, que assumiu o comando da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) na segunda-feira. “Não tínhamos vacinas mRNA antes” e, quando estiver disponível para uma grande população, “precisamos ter certeza” de que a segurança permanecerá sob revisão.

Cooke, a primeira mulher a comandar a EMA em seus 25 anos de história, assume a liderança em um momento crucial, enquanto a agência lida com a pandemia e com o Brexit.

A agência também avalia novos produtos, como as vacinas mRNA, que essencialmente ensinam as células a criarem sua própria proteção e que nunca foram aprovadas para uso em humanos.

O regulador iniciou três revisões aceleradas para possíveis vacinas contra a Covid: da Pfizer, da AstraZeneca e da Moderna, com a primeira aprovação esperada em breve.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na segunda-feira, a Moderna disse que sua vacina mRNA contra a Covid-19 mostrou 94,5% de eficácia em análise preliminar de um grande ensaio clínico em estágio final, superando as rivais Pfizer e BioNTech que, na semana passada, foram as primeiras farmacêuticas na corrida a divulgarem dados de testes avançados. A vacina mRNA da Pfizer-BioNTech mostrou mais de 90% de eficácia na prevenção da doença.

A Astra e a Universidade de Oxford também podem ter resultados preliminares nas próximas semanas.

Embora muitas perguntas permaneçam sobre a longevidade da proteção e como as vacinas podem ser facilmente implantadas globalmente, Cooke, que substitui Guido Rasi na EMA, disse que está otimista com os dados e esperançosa de que resultados sólidos ajudem a aceitação.

Os defensores de vacinas estão preocupados com o fato de que a menor confiança nos governos, a interferência política e a busca para criar uma vacina em tempo recorde possam alimentar dúvidas durante a vacinação contra a Covid e dificultar a implementação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“É uma das coisas que me preocupa”, disse. “Mas, com resultados promissores como os que estamos vendo no momento, deve ser mais fácil explicar os benefícios das vacinas.”

Outra prioridade é esclarecer sua postura em relação à FDA, que regula fármacos e alimentos nos EUA, sobre uma referência de eficácia para vacinas. Ao contrário de sua contraparte nos EUA, a EMA não quis estabelecer uma meta sobre a eficácia de uma vacina para conceder aprovação, optando por esperar até que mais dados estejam disponíveis.

A agência americana disse que qualquer vacina teria de prevenir a doença ou diminuir a gravidade em pelo menos 50% dos vacinados. Um artigo sobre a posição da EMA será publicado em breve, disse Cooke.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br