Agência dos EUA propõe volumes mais altos para mistura de biocombustíveis até 2027

O governo do presidente Donald Trump propôs, nesta sexta-feira (13), aumentar a quantidade de biocombustíveis que as refinarias de petróleo devem misturar nos combustíveis do país nos próximos dois anos, impulsionado por um aumento nos mandatos de diesel à base de biomassa.
Após meses de pressões sobre a questão, o setor de biocombustíveis dos EUA recebeu com satisfação a medida, que também incluiu movimentos para desestimular as importações de biocombustíveis.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) propôs volumes totais de mistura de biocombustíveis de 24,02 bilhões de galões em 2026 e 24,46 bilhões de galões em 2027, acima dos 22,33 bilhões de galões em 2025.
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De acordo com o Renewable Fuel Standard (Padrão de Combustível Renovável), as refinarias são obrigadas a misturar grandes volumes de biocombustíveis na oferta de combustível dos EUA ou a comprar créditos, chamados RINs, daqueles que o fazem.
A proposta é motivada, em parte, por um aumento nos requisitos de diesel à base de biomassa.
A EPA estabeleceu uma cota de 7,12 bilhões de RINs de diesel à base de biomassa para 2026 — uma medida do número de créditos negociáveis gerados pela mistura do combustível.
A EPA disse que projetou que o mandato levaria à mistura de 5,61 bilhões de galões. A agência expressou a exigência de diesel à base de biomassa em bilhões de RINs, de acordo com a proposta de reduzir o número de RINs que poderiam ser gerados a partir de biocombustíveis importados.
Após contabilizar a redução para biocombustíveis importados, a EPA disse que projetou que o número de RINs gerados para o diesel à base de biomassa seria de 1,27 por galão em 2026 e 1,28 RINs por galão em 2027. Anteriormente, a EPA havia projetado que o galão médio de diesel à base de biomassa geraria 1,6 RINs.
O volume obrigatório para 2025 para o diesel à base de biomassa foi de 3,35 bilhões de galões, um número que o setor reclamou ser muito baixo.
Os créditos de combustível renovável (D6) para 2025 foram negociados a US$1,06 cada na sexta-feira, acima dos 88 centavos da sessão anterior, disseram os traders.
Os créditos baseados em biomassa (D4) foram negociados a US$ 1,17 cada, contra entre US$ 1,05 e US$ 1,01 na sessão anterior, disseram os traders.
Os setores de petróleo e biocombustíveis, ambos lobbies poderosos em Washington, aguardaram com grande expectativa a divulgação da proposta que, se finalizada, determinará o destino de bilhões de dólares em transações de combustível e créditos negociáveis.
Como uma das primeiras decisões tomadas pelo atual governo Trump em relação à política federal de biocombustíveis, a proposta sinalizou o apoio do governo ao setor de biocombustíveis, que, às vezes, tem entrado em conflito com as empresas petrolíferas.
Uma coalizão de grupos de petróleo e biocombustíveis se uniu em um movimento historicamente incomum este ano para solicitar a mistura de diesel de biomassa para 2026 em 5,25 bilhões de galões, em comparação com 3,35 bilhões de galões em 2025.
A coalizão, liderada pelo American Petroleum Institute, argumentou que os mandatos anteriores da EPA não apoiaram o crescimento do setor de biocombustíveis avançados e prejudicaram o mercado.
Os defensores dos biocombustíveis aplaudiram a proposta.
“O USDA e a EPA nunca estiveram tão alinhados quanto à necessidade de mais biocombustíveis cultivados nos Estados Unidos”, disse a Secretária de Agricultura dos EUA, Brooke L. Rollins.
“Os volumes propostos hoje oferecem oportunidades cruciais de crescimento para os produtores e agricultores de etanol dos EUA”, disse o presidente da Renewable Fuels Association, Geoff Cooper.
(Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York)