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Agropecuária cresce 12,2%, melhor desempenho em 2 anos, e puxa PIB do Brasil no 1T25

30 maio 2025, 10:51 - atualizado em 30 maio 2025, 10:51
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(Foto: Reuters/Rodolfo Buhrer)

A economia do Brasil cresceu acima de 1% no primeiro trimestre sustentada pelo desempenho mais forte da agropecuária em dois anos, iniciando com força um ano em que se espera moderação da atividade à frente diante da política monetária contracionista.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil expandiu 1,4% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).

O resultado ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters para o período de janeiro a março e foi o mais elevado desde o segundo trimestre do ano passado (+1,5%).

O desempenho mostrou ainda forte aceleração em relação ao ritmo do final do ano passado, quando o PIB expandiu 0,1% no quarto trimestre em dado revisado pelo IBGE de 0,2% informado antes.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB teve expansão de 2,9%, contra expectativa de 3,2% nessa base de comparação.

A agropecuária, com peso de cerca de 6,5% na economia, foi o principal responsável pela expansão da atividade econômica nos três primeiros meses do ano, com crescimento de 12,2%% em relação ao quarto trimestre.

Esse desempenho foi o mais forte para o setor desde o primeiro trimestre de 2023 — a leitura forte já era esperada por analistas diante de condições climáticas favoráveis, ganhos de produtividade e uma produção recorde de soja.

“A agropecuária tem dois efeitos positivos, por conta do clima mais favorável e por conta de colheitas concentradas no primeiro semestre, como soja, arroz, milho e fumo. A soja é nossa principal lavoura e concentra no primeiro semestre”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

“Fora o efeito clima e concentração, tem a base deprimida de 2024 e um aumento da produtividade. A conjuntura está toda favorável para o setor agropecuário”, completou

Ainda no lado da produção, os serviços — setor que responde por cerca de 70% da economia do país — tiveram expansão de 0,3%, depois de crescerem 0,2% no quarto trimestre do ano passado.

“O grande destaque dentro dos serviços … foi a atividade de serviços de informação e comunicação, especialmente devido ao aumento de Internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, disse Palis, destacando o avanço de 3,0% dessa atividade no primeiro trimestre em relação ao quarto.

Por outro lado, a indústria teve retração de 0,1% no período, após oito trimestres seguidos no azul, pressionada pelos setores de transformação (-1,0%) e de construção (-0,8%)

“O setor industrial está sendo negativamente afetado pela política monetária restritiva”, disse Palis.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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