Internacional

Alemanha pode dar mais poder a elétricas convencionais

19 fev 2020, 17:09 - atualizado em 19 fev 2020, 17:11
Usina de carvão
De maneira contraintuitiva, a redução das fontes de energia tradicionais pode fortalecer as distribuidoras tradicionais (Imagem: Pixahere)

O plano da Alemanha de abandonar o carvão gradualmente até 2038 pode colocar ainda mais poder nas mãos das concessionárias que controlam ativos movidos a combustíveis fósseis, de acordo com a Agência Internacional de Energia.

As quatro grandes empresas de energia — RWE, a unidade local da Vattenfall, EnBW e Uniper — continuam dominando a maior economia da Europa, afirmou a AIE em sua primeira avaliação do setor de energia do país desde 2013.

De maneira contraintuitiva, a redução das fontes de energia tradicionais pode fortalecer as distribuidoras tradicionais, que continuam a gerar mais da metade da energia na Alemanha.

“Do ponto de vista da oferta, a eliminação progressiva do carvão e da energia nuclear pode mudar a competitividade do mercado de eletricidade no atacado”, afirmou o relatório de 229 páginas publicado na quarta-feira.

“O resto da capacidade térmica despachável pode acabar concentrado em apenas algumas empresas, dando a elas poder de mercado e exigindo maior atenção do Bundeskartellamt” (autoridade antitruste da Alemanha).

À medida que a participação do carvão e da energia nuclear — 20 gigawatts ou um décimo de toda a capacidade — sai da matriz até o final 2022, Berlim precisa acompanhar de perto a capacidade das usinas movidas a gás de atender ao pico da demanda, informou a instituição sediada em Paris.

As empresas de gás podem ter receio de preencher a lacuna deixada pelo carvão e pelo urânio.

“A geração de gás enfrenta pressão competitiva em meio aos preços baixos de eletricidade no atacado, por isso monitorar a capacidade de energia a partir do gás para evitar apertos excessivos se tornará mais importante”, afirmou o relatório.

A geração líquida de gás saltou de 7,5% do mix em 2018 para 10%, mas as concessionárias lideradas pela Uniper afirmaram que temem construir novas usinas, a menos que o governo garanta seu retorno por meio de um mercado de capacidade.

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