Política

Alexandre de Moraes diz que vai ignorar sanção dos EUA

01 ago 2025, 13:28 - atualizado em 01 ago 2025, 13:28
Alexandre de Moraes Trump Rumble
(Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (1º) que ignorará as sanções que sofreu do governo dos Estados Unidos e afirmou que a imposição de tarifas comerciais de 50% ao Brasil resulta de ação “vil” e “traiçoeira” para prejudicar a economia brasileira em busca de criar cenário para uma nova tentativa golpista.

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Falando em abertura de sessão do STF, Moraes acrescentou que a Suprema Corte não se submeterá a um Estado estrangeiro e não aceitará coações, obstruções ou novas tentativas de golpe de Estado vindas do que classificou de “organização criminosa miliciana”.

“A insistência dessa organização criminosa na implementação de medidas nocivas ao Brasil, com o incentivo à implementação dessas tarifas e agressões espúrias e ilegais contra autoridades públicas brasileiras, tem por finalidade a criação de uma grave crise econômica no Brasil – que para desgosto desses brasileiros traidores não ocorrerá”, disse.

“O modus operandi é o mesmo, incentivo a taxações ao Brasil, incentivo à crise econômica, que gera crise social, que por sua vez gera crise política para que novamente haja uma instabilidade social e a possibilidade de um novo ataque golpista”, disse Moraes.

Na quarta-feira, os EUA anunciaram uma tarifa de 50% sobre o Brasil e sanções financeiras contra Moraes sob a Lei Magnitsky como uma reação ao que o presidente norte-americano, Donald Trump, considera uma “caça às bruxas” ao ex-presidente Jair Bolsonaro em seu julgamento por tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.

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Moraes e familiares também sofreram restrições de visto dos EUA, assim como outros ministros do STF.

Em seu discurso nesta sexta, Moraes disse que irá ignorar a imposição de sanções pelos EUA e assegurou que manterá sua atuação na corte como vinha fazendo.

“Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e (vai) continuar trabalhando como vem fazendo tanto no plenário quanto na Primeira Turma, sempre de forma colegiada”, garantiu.

O ministro disse ainda que a Primeira Turma do Supremo concluirá neste semestre o julgamento das ações penais dos quatro núcleos acusados de tentativa de golpe de Estado.

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Moraes não mencionou o nome do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e que licenciou-se do mandato para ir aos Estados Unidos fazer campanha pela imposição de sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras, mas referiu-se em sua fala a “brasileiros que estão sendo processados ou investigados”, “supostos patriotas” que não têm coragem de permanecer no território brasileiro e “traidores da pátria” que vêm atuando junto a autoridades estrangeiras para, na visão do ministro, coagir e obstruir o trabalho do Supremo.

Eduardo Bolsonaro comemorou publicamente tanto a imposição de tarifas como as sanções a Moraes, atribuindo para si o papel de ter influenciado nessas decisões norte-americanas. Ele é alvo de inquérito que tramita no STF por essas ações.

“O Supremo Tribunal Federal continuará a exercer seu papel de guardião da Constituição, continuará exercendo seu papel nas ações penais para que dê uma resposta final a toda sociedade brasileira sobre quem realmente foi, ou quais foram, os responsáveis pela tentativa de golpe, dentro do devido processo legal, do respeito à ampla defesa, do contraditório, inadmitindo qualquer interferência interna ou externa na independência do Poder Judiciário.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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