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Algoritmo para abrir lojas mais rentáveis: a Pague Menos começa 2025 com lucro e o dobro de investimentos

06 maio 2025, 18:43 - atualizado em 06 maio 2025, 18:43
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(Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

A Pague Menos (PGMN3) apresentou, no primeiro trimestre de 2025 (1T25), uma combinação que é perseguida por redes de varejo de qualquer segmento. Sem praticamente abrir lojas, conseguiu expandir suas vendas e sair do prejuízo para o lucro.

Entre janeiro e março deste ano, a rede de farmácias, que possui também a bandeira Extrafarma, teve lucro contábil de R$ 5 milhões, ante um prejuízo de quase R$ 37 milhões no mesmo período de 2024.

No critério ajustado, o lucro líquido da Pague Menos foi de R$ 13,1 milhões neste início de 2025, revertendo as perdas de pouco mais de R$ 23 milhões de um ano antes.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 150,3 milhões no primeiro trimestre, crescimento superior a 55% na comparação anual.

O resultado foi atingido sem que praticamente houvesse expansão no número de lojas. Ao mesmo tempo que abriu oito unidades durante os três primeiros meses de 2025, a Pague Menos fechou sete.

O segredo foi aumentar a rentabilidade das lojas já em operação. A venda média mensal por loja atingiu R$ 731 mil no trimestre, crescimento de 16% em um ano. O ticket médio por cliente subiu de R$ 81,57 para R$ 89,19.

Em entrevista ao Money Times, o CEO da companhia, Jonas Marques, afirma que desde 2021, a companhia tem utilizado uma metodologia mais assertiva para abrir e fechar lojas, e também tem tido sucesso ao atrair para as lojas clientes que têm necessidade mais recorrente de medicamentos.

“Nós temos um algoritmo que foi desenvolvido em 2021 para abertura de lojas, que leva em conta vários fatores. Com essa metodologia, temos uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 20% com as novas unidades”.

Na outra ponta, a Pague Menos adota uma espécie de “UTI” para as lojas que começam a dar resultados negativos. Se a avaliação é de que não há saída para reverter os números, a loja é fechada rapidamente.

Marques lembra que a empresa tem sido mais cuidadosa na abertura de lojas, depois da aquisição da rede Extrafarma, com quase 400 lojas.

“Precisávamos acomodar a operação e recolher as sinergias. Finalizamos este processo em dezembro do ano passado, e conseguimos capturar o teto da projeção que fizemos em sinergias”, conta o CEO. Este teto da projeção era de R$ 260 milhões.

Houve também investimentos em conversão de lojas com bandeira Extrafarma para Pague Menos. Segundo o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Luiz Renato Novais, das 391 lojas adquiridas, 40 foram fechadas, e 160 foram convertidas.

Perguntado se o objetivo é converter todas as lojas, Jonas Marques afirma que nem sempre é viável. “No Pará, por exemplo, a Extrafarma é maior que a Pague Menos. Não temos motivos para converter”.

Mesmo abrindo poucas lojas, a Pague Menos mais que dobrou seus investimentos no primeiro trimestre de 2025. Foram R$ 27,6 milhões, ante pouco mais de R$ 12 milhões no ano passado.

Enquanto isso, a companhia consegue diminuir o seu nível de endividamento. A alavancagem financeira medida pela relação dívida líquida e Ebitda ajustado passou de 2,6 vezes para 1,9 vez em um espaço de 12 meses.

Como será 2025?

Mesmo sem poder dar guidance financeiro para o ano, Marques tem segurança de que 2025 será marcado por um novo recorde de resultados para a Pague Menos. “O primeiro trimestre é normalmente o mais difícil de obter lucro. Então, podemos imaginar o que vem no restante do ano”.

Um dos indicadores que justificam esse otimismo apareceu no dia 31 de março. Segundo o CEO, foi neste dia que a Pague Menos bateu seu recorde de venda diária, superando inclusive a Black Friday do ano passado.

Uma das grandes apostas da rede de farmácias é a venda por canais digitais. Já no primeiro trimestre, as vendas via e-commerce cresceram 54% em relação ao ano passado. Nos canais da própria Pague Menos, especialmente o aplicativo, as vendas aumentaram 78%.

Quanto às lojas físicas, a Pague Menos já tem a liderança no Nordeste, com mais de 20% de participação de mercado, e agora olha com mais atenção para o Centro-Oeste, segundo Marques.

“Mas eu não vou descansar enquanto não entrar com mais força em São Paulo, especialmente no interior, que é um mercado muito forte”, diz o CEO.

No ano passado, a Pague Menos abriu 30 lojas. O objetivo para este ano é abrir mais 50 lojas. Das oito lojas abertas até março, sete foram no Nordeste.

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Editor-Chefe do Money Times
Jornalista formado na Unesp, tem 20 anos de experiência na profissão e atualmente é editor-chefe do Money Times, com passagens por DCI, Gazeta Mercantil, Agência Estado/Broadcast, Seu Dinheiro, TC Mover e Folha de S. Paulo
renato.carvalho@moneytimes.com.br
Jornalista formado na Unesp, tem 20 anos de experiência na profissão e atualmente é editor-chefe do Money Times, com passagens por DCI, Gazeta Mercantil, Agência Estado/Broadcast, Seu Dinheiro, TC Mover e Folha de S. Paulo
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