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Aliansce-brMalls: Fusão “ganha-ganha” criaria gigante do setor de shoppings; ações sobem

29 dez 2021, 11:28 - atualizado em 29 dez 2021, 11:35
Aliansce Sonae-Shoppings
Segundo a Ágora Investimentos, essa é uma operação com “muito senso estratégico” (Imagem: Aliansce Sonae/Divulgação)

As ações da Aliansce Sonae (ALSO3) e da brMalls (BRML3) iniciaram as negociações em forte alta nesta quarta-feira (29), depois que ambas as empresas confirmaram que iniciaram conversas preliminares com o intuito de discutir a possibilidade de uma fusão.

Na máxima do dia até o momento, a Aliansce chegou a subir 5,7%, enquanto a brMalls atingiu 5,5%.

Por volta das 11h20, a Aliansce mostrava valorização de 3,2% na Bolsa, negociada a R$ 21,88. Já a brMalls registrava ganhos de 3,2%, cotada a R$ 8,38.

O Ibovespa operava em leve queda de 0,02%, a 104.843,28 pontos.

A Aliansce confirmou nesta manhã, em fato relevante divulgado ao mercado, que está estudando com a brMalls uma potencial combinação de negócios.

A confirmação veio de um esclarecimento. A companhia se manifestou após a divulgação de duas matérias na mídia comentando sobre a potencial fusão entre as duas operadoras de shopping centers.

A Aliansce destacou que, até o momento, não existe acordo, oferta ou proposta envolvendo uma transação.

Em outro documento, a brMalls disse que foi procurada pela Aliansce para discutir a possibilidade da combinação de negócios. A brMalls não recebeu qualquer proposta da Aliansce.

Ganha-ganha

Há poucas informações sobre a potencial fusão, mas analistas acreditam que o mercado está diante de uma proposta “ganha-ganha” para ambas as empresas. Segundo a Ágora Investimentos, essa é uma operação com “muito senso estratégico”.

A perspectiva positiva da corretora é pautada em uma combinação de: (i) escala como fator cada vez mais importante no posicionamento dos shoppings; (ii) maior poder de fogo; (iii) sinergias potenciais em custos e receita; e (iv) bons padrões de governança (tanto da Aliansce quanto da brMalls).

Além disso, para os detentores de ações da Aliansce, a Ágora acredita que a transação levaria a uma melhoria significativa na liquidez dos papéis. De acordo com a corretora, a baixa liquidez é uma das principais razões para a Aliansce negociar com desconto significativo em relação aos pares (10,8 vezes P/FFO [preço sobre fundos de operações] para 2022 vs. 13,7 vezes da brMalls).

Se confirmada, a Ágora espera que a transação envolva dinheiro e ações. Os analistas não descartam algum desembolso de caixa (ainda que representando uma pequena parte do negócio) para tornar o negócio mais atraente para os acionistas da brMalls.

“Para manter a dívida líquida/Ebitda abaixo de saudáveis 3 vezes, a parte do caixa não deve exceder 1 vez Ebitda, ou R$ 1,7 bilhão, ou 24% do valor de mercado atual da brMalls”, calculam Bruno Mendonça e Wellington Lourenço, responsáveis pelo relatório divulgado nesta quarta.

brMalls BRML3
A nova empresa seria a maior do setor de shoppings no Brasil, com valor de mercado de R$ 13 bilhões e área bruta locável (ABL) própria de 1,6 milhão de metros quadrados (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Ágora também não vê riscos antitruste significativos para a operação.

“Só vemos riscos antitruste mais altos em três cidades de médio porte: Vila Velha (ES), Londrina (PR) e Uberlândia (MG), nenhuma delas impondo barreira ao negócio”, comentam os analistas.

Gigante do setor

A potencial união da Aliansce com a brMalls criaria uma verdadeira gigante no setor de shoppings. Segundo a Genial Investimentos, a nova empresa seria a maior da indústria no Brasil, com valor de mercado de R$ 13 bilhões e área bruta locável (ABL) própria de 1,6 milhão de metros quadrados (quase 10% da ABL total de shoppings no país).

A Genial acha que a operação deve ser realizada com troca de ação, sem desembolso de caixa pela Aliansce.

A corretora tem recomendação de compra para as duas empresas, com preços-alvo de R$ 32 (Aliansce) e R$ 12 (brMalls).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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