Almoço de graça? Mercado Livre (MELI34) tem lucro abaixo do esperado no 2T25 com impacto de frete grátis

O Mercado Livre (MELI34) divulgou nesta segunda-feira (4) uma queda de 1,5% no lucro líquido do segundo trimestre de 2025 (2T25) em relação ao ano anterior, em resultado abaixo das expectativas dos analistas, com a expansão do frete grátis no Brasil ampliando as vendas, mas também afetando as margens.
Maior empresa da América Latina em valor de mercado, o Mercado Livre reportou um lucro líquido de US$ 523 milhões para o trimestre encerrado em junho, abaixo dos US$ 596 milhões esperados por analistas em pesquisa da LSEG.
Com sede no Uruguai, o Mercado Livre opera uma plataforma de comércio eletrônico e a fintech Mercado Pago, vendendo em quase 20 países em toda a América Latina.
- E MAIS: Calendário de resultados desta semana inclui Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR4), B3 (B3SA3), Magazine Luiza (MGLU3) e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
A receita líquida no período foi de US$ 6,8 bilhões, um aumento de 34% em relação ao ano anterior e acima das estimativas de US$ 6,7 bilhões, com o valor bruto de mercadorias (GMV) aumentando 37% em base neutra de câmbio.
No início de junho, o Mercado Livre reduziu o preço mínimo de seus produtos elegíveis para frete grátis no Brasil, de R$79 para R$19, e, em maio, diminuiu os custos de envio para empresas e usuários que vendem em sua plataforma, diante da crescente concorrência no setor de comércio eletrônico no país.
O Brasil, principal mercado da empresa, ajudou o Mercado Livre a elevar o total de itens vendidos em 31% no trimestre, ritmo mais rápido ano a ano desde meados de 2021.
Mas, segundo o diretor financeiro Martin de los Santos, isso também prejudicou as margens.
“Não queremos perder as oportunidades de crescimento à nossa frente”, disse o executivo à Reuters. “Isso pode gerar alguma pressão estrutural nas margens, mas estamos muito otimistas sobre a trajetória de longo prazo de nossa lucratividade”, acrescentou de los Santos.
O lucro antes de juros e impostos (Ebit) da companhia atingiu um recorde de US$ 825 milhões, mas também ficou abaixo da previsão de US$869 milhões. A margem Ebit foi de 12,2%, inferior à taxa de 14,3% do ano anterior.
O diretor financeiro disse que, entre os principais impactos nas margens, estiveram os investimentos em frete grátis e consequente marketing para promover a medida, além do crescimento do negócio “1P”, em que a empresa vende diretamente aos clientes.
O braço financeiro do Mercado Livre aumentou a carteira de crédito em 91%, para US$9,3 bilhões, enquanto a taxa de inadimplência de 15 a 90 dias caiu 1,5 ponto percentual, para 6,7%, a menor desde que a empresa começou a divulgar o dado há sete anos, segundo o CFO.