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Alpargatas (ALPA4) diz que não recebeu pagamento de Carlos Wizard e entra com processo por R$ 266 milhões

07 mar 2023, 9:43 - atualizado em 07 mar 2023, 17:33
Alpargatas Havaianas ALPA4
Alpargatas anunciou em setembro de 2018 acordo para vender 22,5% de seus negócios na Argentina para Wizard. (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

A Alpargatas (ALPA4) disse nesta terça-feira (7) que o empresário Carlos Wizard não pagou a primeira parcela do preço remanescente da aquisição da participação acionária da operação da companhia na Argentina.

O valor de R$ 89,7 milhões era devido em 6 de março de 2023, conforme estabelecido em 14 de setembro de 2018, disse a dona da marca Havaianas.

Com o não pagamento, a Alpargatas declarou o vencimento antecipado das parcelas restantes do preço remanescente e ingressou com processo de execução judicial de R$ 266 milhões.

“A companhia também informa que o comprador instaurou procedimento arbitral junto ao Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) para discutir o descumprimento do Acordo pelas partes”.

O procedimento arbitral se encontra em um estágio inicial, mas, pela análise preliminar das manifestações do comprador, a companhia, em conjunto com seus assessores legais, “acredita que os pedidos do comprador são infundados”, disse a Alpargatas.

“A companhia registra que adotará todas as medidas cabíveis para a defesa de seus direitos na execução judicial e no procedimento arbitral e comunicará eventuais novos desdobramentos relevantes dos processos em questão”, acrescentou.

A Alpargatas anunciou em setembro de 2018 acordo para vender 22,5% de seus negócios na Argentina para Wizard, com direito de compra do restante – que foi exercido em 2019 pelo empresário.

Outro lado

Em nota, a assessoria de imprensa do empresário disse que, por discordar do valor estimado do saldo remanescente da aquisição, os representantes de Wizard procuraram a Alpargatas ao longo de 2022 para um ajuste no preço de aquisição.

De acordo com o texto, a Alpargatas não mostrou interesse em discutir os valores. Wizard, ainda segundo a nota, usou o foro estabelecido em contrato para divergências entre as partes e, em 24 de agosto do ano passado, propôs uma arbitragem no CAM-CCBC.

“Além de estranhamente não dar publicidade à arbitragem proposta, a Alpargatas hoje comunicou ao mercado uma ação judicial que desconheço e que me causa enorme estranhamento, já que não se trata do foro eleito pelas partes em contrato”, afirmou.

A nota disse considerar o comunicado da empresa uma “tentativa de intimidação” e uma tática para forçar o recebimento antecipado de valores que seriam pagos até 2025.

Veja o documento divulgado pela Alpargatas

Veja a nota divulgada pela assessoria do empresário

“Por discordar do valor estimado do saldo remanescente da aquisição, em virtude de inconsistências no reembolso de indenizações; divergências sobre a dívida liquida da companhia; demandas de terceiro de responsabilidade da Alpargatas; e atos governamentais ocorridos na Argentina, meus representantes procuraram a Alpargatas ao longo de 2022 para um ajuste no preço de aquisição. Como a Alpargatas não mostrou interesse em discutir os valores, utilizei o foro estabelecido em contrato para divergências entre as partes e, em 24/08/2022 – portanto, há mais de seis meses – propus uma arbitragem no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC). Além de estranhamente não dar publicidade à arbitragem proposta em 24/08/2022, a Alpargatas hoje comunicou ao mercado uma ação judicial que desconheço e que me causa enorme estranhamento, já que não se trata do foro eleito pelas partes em contrato. Considero tal ato como uma tentativa de intimidação devido à minha iniciativa de propor arbitragem para resolver as discussões em torno do ajuste do preço em relação ao contrato citado, e, também, uma tática para forçar o recebimento antecipado de valores que seriam pagos até 2025″.

Atualizado às 17h30, de 7/3/2023, para incluir o posicionamento de Carlos Wizard

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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