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Alta de 100% em 3 meses: Safra vê potencial em papel que derreteu desde máxima do ano

10 out 2023, 17:08 - atualizado em 10 out 2023, 23:29
Vamos
O banco, que realizou reunião com os executivos da empresa tem preço-alvo de R$ 17,50 para o papel até o final de 2023 (Imagem: YouTube/Grupo Vamos)

A Vamos (VAMO3) é uma das poucas ações que conseguiram êxito no mercado na safra de IPOs (oferta inicial de ações) de 2020 e 2021. O papel, que chegou à bolsa em 2021, acumula alta de 17%. O número pode parecer tímido, mas se comparado com outras ações que abriram capital na mesma época, com quedas que chegam a 90%, a locadora de caminhões saiu no lucro.

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Porém, 2023 tirou pouco brilho para a empresa, que cai 21% no período. Mas na visão do Safra, a queda, na verdade, é uma oportunidade de embolsar um potencial de alta de quase 100%. O banco, que realizou reunião com os executivos da empresa, Gustavo Couto (CEO), Aline Saenz (Diretora de RI) e Juliana Matos (Analista de RI), tem preço-alvo de R$ 17,50 para o papel até o final de 2023.

“Desde seu pico no ano de R$ 16,20/ação, as ações da Vamos caíram cerca de 46%, aumentando seu potencial de valorização para 100%. Com base em nossas projeções, a Vamos está sendo negociada atualmente a 7,9x P/L (preço sobre lucro) para 2024, 60% abaixo de seu múltiplo médio de 3 anos de 19,9x”, destacam.

Para Luiz Peçanha, Luiza Mussi e Arthur Godoy, os desafios já eram esperado, com obstáculos no curto prazo a considerar, uma vez que a nova tecnologia obrigatória de veículos (Euro6) obrigaria a empresa a reduzir os seus rendimentos para acomodar veículos mais caros (+10 %–15%).

“Porém, entendemos que o ROIC (retorno sobre o capital investido) spread da empresa retornaria gradativamente aos níveis normalizados acompanhando a queda esperada no custo médio da dívida, impulsionado pela queda nas taxas de juros que não seriam repassadas aos aluguéis”, discorrem.

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Além disso, o trio destaca que a demanda tende a se recuperar para níveis normalizados com a atenuação do efeito negativo da compra antecipada de veículos, enquanto o fim do estoque de caminhões Euro-5 reduziria a competição desigual por rendimentos.

Dias melhores para a Vamos

Eles veem ainda uma melhoria do desempenho operacional a partir do terceiro trimestre.

“A administração da empresa afirmou que o desempenho de aluguéis da Vamos vem melhorando gradativamente mensalmente ao longo do terceiro trimestre, com a implantação de novos contratos que estão reduzindo seu estoque e aumentando seu faturamento, e que espera um desempenho normalizado a partir do quarto trimestre”, discorre.

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A empresa enfrentou diferentes desafios no segundo trimestre, devido ao crédito mais rigoroso e caro, além de eventos não recorrentes que pesaram no fluxo de caixa de seus clientes (por exemplo, adiamento da venda da colheita e filas nos portos), o que levou à inadimplência dos clientes e forçou reintegrações de posse pontuais de bens.

“No entanto, em nossa opinião, as perspectivas de longo prazo da Vamos não mudaram, e a empresa deve apresentar um crescimento de receita ainda impressionante no ano fiscal de 2023 (presumimos + 50% em relação ao ano anterior)”, colocam

A gestão da Vamos disse que a empresa deve cumprir o que prometeu ao mercado – implementar ~R$ 2,5 bilhões em investimentos no segundo semestre de 2023, reduzindo seu nível de estoque para ~2-3 meses, retomando as aquisições de novos ativos no quarto trimestre de 2024.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.