Coluna do Kleber Stumpf

Alta dos juros: as projeções para a economia brasileira e o impacto na sua vida em 2025

10 nov 2024, 12:00 - atualizado em 08 nov 2024, 11:09
Juros-Economia selic
A decisão do Banco Central de elevar a Selic coloca o Brasil na terceira pior posição no ranking global de taxa de juros. (Imagem: iStock/Dilok Klaisataporn)

O superaquecimento da economia brasileira foi um dos principais indicadores que levaram o Comitê de Política Monetária (Copom) a subir a Selic na reunião da última semana. Passou de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano. A decisão coloca o Brasil na terceira pior posição no ranking global de taxa de juros. E o Banco Central já aponta mais um aumento em 2024.

O crescimento econômico superior às expectativas — com a revisão para cima do PIB em 2024 —, os menores índices de desemprego dos últimos 15 anos, a desvalorização cambial e uma demanda robusta têm impulsionado a inflação. Esse movimento de alta nos preços faz com que o Copom aumente os juros com o objetivo de conter essa elevação — o que, por um lado, é bom.

Mas, analisando de forma mais ampla, quando os juros sobem, freiam a economia: os empréstimos ficam mais caros, desacelera o consumo, impacta o capital de giro de algumas empresas e gera menos oportunidades de emprego.

Alguns setores são prejudicados diretamente. O aumento do custo dos financiamentos costuma reduzir a demanda por imóveis e bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos. Os juros do cartão de crédito também diminuem a compra no setor de varejo. Cai a confiança no consumidor.

A taxa Selic mais alta, como agora faz mesmo é um movimento positivo para os investidores. Estimula, inclusive, a entrada de dinheiro estrangeiro no Brasil.

A taxa de juros dos Estados Unidos, por exemplo, caiu recentemente de 5% para 4,5% ao ano, o que torna o índice brasileiro mais atrativo, trazendo investidores de fora e até mesmo favorecendo o câmbio. Ou seja, o que acontece no exterior também reflete aqui.

No entanto, para quem tem valores na poupança, pode ser um problema. Isso porque a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da taxa. Quando ela está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento corresponde a 70% da Selic mais a taxa referencial (TR). Mas quando está acima de 8,5%, a rentabilidade passa para 0,5% ao mês (+TR), operando, geralmente, perto de 0%.

Por isso, é tão importante acompanhar e entender onde você está dentro deste contexto. Trabalha em um setor que pode ser diretamente atingido? Tem dinheiro na poupança e precisa buscar outro investimento? Tem financiamento imobiliário? Está buscando emprego?

A elevação da taxa Selic reflete um complexo equilíbrio entre o controle da inflação e a necessidade de estimular a economia. Com a combinação de fatores internos, como a situação fiscal e a demanda aquecida, e externos, como a política monetária nos Estados Unidos, o cenário econômico do Brasil exige atenção cuidadosa. É um desafio permanente e sobre o qual você não tem controle. Está preparado para enfrentar estes movimentos?

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Investidor na bolsa de valores desde os 16 anos e apaixonado pelo mercado financeiro. Atuou como agente de investimentos, consultor financeiro, professor e palestrante. Em 2011, aos 21 anos, fundou a TopInvest, a maior escola de cursos preparatórios para certificações financeiras, que já conta com mais de 500 mil alunos. Hoje, pertencente ao Grupo Primo, é uma das empresas líderes do segmento.
kleber.stumpf@moneytimes.com.br
Investidor na bolsa de valores desde os 16 anos e apaixonado pelo mercado financeiro. Atuou como agente de investimentos, consultor financeiro, professor e palestrante. Em 2011, aos 21 anos, fundou a TopInvest, a maior escola de cursos preparatórios para certificações financeiras, que já conta com mais de 500 mil alunos. Hoje, pertencente ao Grupo Primo, é uma das empresas líderes do segmento.

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