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Amazon elevou preços de itens básicos na pandemia, diz relatório

10 set 2020, 15:50 - atualizado em 10 set 2020, 15:50
AMZN Amazon
A empresa negou o envolvimento em tais práticas. “Não há lugar para aumento de preços na Amazon, e isso inclui produtos oferecidos diretamente pela Amazon”, disse um porta-voz (Imagem: Reuters/Mike Segar)

A Amazon.com cobrou preços inflados por álcool gel, luvas descartáveis e outros itens essenciais meses após o início da pandemia de Covid-19, disse um grupo defesa do consumidor em relatório que acusa a maior varejista online do mundo de preços abusivos.

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O relatório, divulgado na quinta-feira pela Public Citizen, examina vários produtos no site da Amazon. Com base em suas próprias observações e dados de sites de rastreamento de preços, a organização sem fins lucrativos identificou aumentos de preços de até 1.000% quando comparados aos níveis pré-pandemia ou aos preços de outras grandes varejistas.

O relatório desafia a postura pública da Amazon segundo a qual não tem controle sobre a manipulação de preços conduzida por alguns “malfeitores” que vendem produtos em sua popular loja online. O relatório também acusa a Amazon de aumento de preços em produtos que a varejista online vende diretamente.

A empresa negou o envolvimento em tais práticas. “Não há lugar para aumento de preços na Amazon, e isso inclui produtos oferecidos diretamente pela Amazon”, disse um porta-voz.

“Nossos sistemas são projetados para oferecer aos clientes o melhor preço online disponível e, se vemos um erro, trabalhamos rapidamente para corrigi-lo.”

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Um dos itens rastreados no relatório, um sabonete líquido para as mãos de cerca de 220 ml da marca Dial, estava disponível no início desta semana por US$ 6,41 diretamente na Amazon e por aproximadamente o mesmo preço em um comerciante terceirizado.

A Target listou o produto por US$ 1,49, enquanto a CVS Health cobrava US$ 2,29, embora nenhuma tenha disponibilizado o sabonete para entrega em domicílio. O Walmart só vende o sabonete líquido em lojas e não divulga o preço online (um vendedor no marketplace do Walmart postou um preço mais alto, de US$ 7,98, do que na Amazon).

A pandemia coincidiu com várias de reclamações sobre preços abusivos, bem como disponibilidade irregular, de produtos em demanda como artigos de limpeza e ingredientes de panificação.

Um regulador da Alemanha também questionou a Amazon sobre os preços durante a pandemia. Como parte de uma campanha contra preços inflados dos revendedores, a 3M processou, e posteriormente chegou a um acordo, com um comerciante da Amazon.

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Alex Harman, defensor de política de concorrência da Public Citizen e autor do relatório, chama de “loucura” que a Amazon ainda registre preços abusivos meses depois. Ele suspeita que os preços mais altos identificados na Amazon resultem, em parte, dos aumentos de novos fornecedores que a empresa buscou às pressas após o início da pandemia. Mas isso não significa que esses preços devam chegar aos consumidores, disse.

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bloomberg@moneytimes.com.br