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Ambev está pronta para protagonizar uma nova história de crescimento

10 dez 2020, 18:33 - atualizado em 10 dez 2020, 18:47
Ambev
O HSBC Global Research atualizou a recomendação da Ambev para compra, com novo preço-alvo de R$ 16,50 (Imagem: YouTube/Ambev)

A Ambev (ABEV3) vive uma fase boa, e não é só porque 2020 tem se mostrado um ano diferente para todo mundo. A aceleração do mercado de cervejas tem algo a ver com o bom desempenho da cervejaria, mas também é preciso levar em consideração as mudanças que a própria administração da empresa está realizando.

O HSBC Global Research atualizou a tese de investimento da companhia. A recomendação para o papel agora é de compra, com novo preço-alvo de R$ 16,50 (versus R$ 13 anteriores).

“Levamos a última década para ficarmos positivos com a Ambev”, afirmaram os analistas Carlos Laboy, Anthony Bucalo e Alessia Maria Apostolatos, autores do relatório divulgado na segunda-feira.

A nova administração da empresa está lidando com os erros do passado Desta vez, tendo novas ferramentas à disposição.

“Vemos a nova gestão, as ferramentas digitais de ponta e as melhorias no modelo de distribuição como poderosos resets que vão ajudar a administração a lidar com anos de marketing ruim, deterioração de marcas, má execução, declínio de margens e aumento de competição”, disseram os analistas.

A Ambev transformou a digitalização de suas operações em uma prioridade nesta pandemia. A companhia buscou criar um relacionamento mais próximo com os consumidores por meio do modelo D2C (Direct to Consumer) e fortalecer os laços com os clientes tradicionais com o B2B (Business to Business). A fintech Donus completa os três recursos da Ambev que podem trazer vantagens significativas para a empresa em relação a outros cervejarias.

Segundo o HSBC Global Research, os investimentos digitais já começaram a dar resultados, transformando a logística dos negócios, o relacionamento com os clientes, o engajamento com o consumidor e até as marcas.

Janela de oportunidade

Ambev Empresas
O fim do contrato de distribuição entre Heineken e Coca-Cola no Brasil em 2022 cria uma oportunidade para a Ambev mudar seu modelo de negócio (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O fim do contrato de distribuição entre Heineken e Coca-Cola no Brasil em 2022 cria uma oportunidade para a Ambev mudar seu modelo de negócio.

“A Ambev poderia oferecer uma seleção de suas marcas para o Sistema Coca-Cola”, comentaram Laboy, Bucalo e Apostolatos. Na avaliação dos analistas, isso seria positivo para a Coca-Cola por preencher a lacuna deixada pela Heineken, enquanto a Ambev se beneficiaria da execução mundial de entrega direta à loja da Coca-Cola.

O extenso portfólio de marcas da Ambev acaba atrapalhando a cervejaria, que fica impedida de trabalhar com “marcas reais”. Segundo o HSBC Global Research, a companhia poderia manter a escala de volume de suas cervejarias com essas marcas, mas repassando as vendas e a distribuição para o Sistema Coca-Cola no Brasil.

Próximo ano

O HSBC Global Research revisou as projeções da tese de investimento da Ambev.

A empresa deve enfrentar dificuldades no curto prazo, mas verá um crescimento de 6% nos volumes em 2021, amparado pelo aumento do consumo. Após 2022, a expectativa é de que os volumes subam 3%.

A margem Ebitda deve ficar estável no próximo ano, com maior pressão no primeiro semestre devido à depreciação do real, à alta dos preços de alumínio e aos custos dos insumos.

Por fim, o HSBC Global Research espera que a Ambev mantenha uma forte posição de caixa líquido, o que poderia resultar em dividendos maiores ou aquisições.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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