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Ambiente está favorável para Vulcabras, enquanto Grendene não acompanha ritmo do setor

10 maio 2021, 11:12 - atualizado em 10 maio 2021, 11:12
Vulcabras Olympikus Calçados
“A Vulcabras deve gradativamente retornar ao patamar de 38% da margem bruta em 2023”, projetou a XP Investimentos (Imagem: Facebook/Olympikus)

A XP Investimentos iniciou a cobertura das empresas do segmento de calçados no Brasil com recomendação de compra para Vulcabras (VULC3) e neutra para Grendene (GRND3). Os preços-alvo indicados pela corretora são de, respectivamente, R$ 12 e R$ 10,70.

Segundo a XP, a Vulcabras está na fase de recuperação de margens. A recente aquisição do licenciamento da Mizuno deve aumentar o ticket médio dos produtos da companhia e criar sinergias no processo de produção, o que levará a um incremento das margens.

“Em nossas estimativas, a Vulcabras deve gradativamente retornar ao patamar de 38% da margem bruta em 2023”, afirmaram os analistas Matheus Soares e Vitor Pini, em relatório divulgado na sexta-feira.

A Vulcabras ainda licenciou a marca Azaleia à Grendene. Na avaliação da XP, esse movimento no setor de varejo de calçados trará um ambiente competitivo mais benigno, dada a preocupação das empresas com rentabilidade.

“Com a integração da marca Mizuno ao seu portfólio de marcas esportivas, assim como o recente licenciamento da marca Azaleia à Grendene, a Vulcabras conclui uma transição estratégica, que se iniciou em 2018 com a aquisição da Under Armour, e se consolida como a maior gestora de marcas esportivas do país”, acrescentaram os analistas.

Sobre a Grendene, a XP destacou que a empresa está em ritmo menor de vendas, mesmo com a elevada capacidade de produção.

A Grendene está crescendo menos que o setor, avaliou a corretora (Imagem: Facebook)

Na visão da corretora, a companhia está crescendo menos que o setor. Dentro de um cenário doméstico competitivo e com um fraco movimento de expansão internacional, as perspectivas de crescimento para o nome são limitadas.

“Apesar da capacidade de produção, tendo a capacidade de crescer sem investimentos significativos, a empresa não consegue aumentar as vendas desde 2013 (CAGR [taxa de crescimento anual composta] de -5,8% entre 2013-2019)”, comentaram Soares e Pini.

Outro ponto destacado pela XP foi o impacto da crise econômica na América Latina, principalmente em Argentina, Paraguai e Venezuela. Além das perdas no Brasil, a Grendene, que tem cerca de 20% da receita composta por exportações, precisou lidar com os desafios do mercado exterior.

Apesar da recomendação neutra, a corretora ainda acredita que a Grendene pode surpreender pelo lado da transformação digital.

A empresa, que conta com as maiores margens do setor no mundo, também tem a seu favor o foco em dois mercados vantajosos: China e Estados Unidos. Juntos, os países consomem quase 6 bilhões de calçados por ano.

“Acreditamos que tanto a Alpargatas quanto as atuais iniciativas de internacionalização da marca Melissa com a abertura de lojas próprias podem impulsionar a estratégia internacional da empresa nesses dois países”, afirmaram Soares e Pini.

Os analistas veem a estratégia como positiva, mas não estão totalmente certos de que ela será bem-sucedida.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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