Americanas (AMER3) chega a disparar 6% após balanço do 2T25, mas vira para queda; cenário ainda inspira cautela

As ações da Americanas abriram o pregão desta quarta-feira (13) com uma alta expressiva, em reação ao balanço referente ao segundo trimestre de 2025 (2T25). No entanto, o desempenho não se sustentou e AMER3 passou a operar em queda.
Na véspera, a varejista, que protagonizou o maior escândalo contábil na história recente do mercado de capitais, reportou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre deste ano, uma redução de 94,7% ante o prejuízo de R$ 1,86 bilhão de um ano atrás.
O GMV total somou R$ 5,2 bilhões, alta de 15,6% na comparação anual, impulsionado principalmente pelo crescimento de 35,7% no GMV físico, para R$ 4,35 bilhões. Já o GMV digital recuou 68,7%, para R$ 213 milhões, enquanto o GMV de “outros” avançou 4,0%, a R$ 634 milhões.
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A receita líquida da Americanas aumentou 24,7% na base anual, atingindo R$ 3,84 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado saltou 1.216%, para R$ 329 milhões. Desconsiderando efeitos do IFRS 16, o Ebitda ajustado ficou positivo em R$ 94 milhões, revertendo o resultado negativo do ano anterior.
As ações da Americanas chegaram a disparar mais de 6%. Contudo, por volta de 13h35 (horário de Brasília), recuavam 3%, a R$ 5,50. Acompanhe o tempo real.
Momento ainda é de cautela
Na visão de Caroline Sanchez, analista da Levante Inside Corp, a Americanas até mostrou sinais de recuperação no trimestre, no entanto, uma melhora em cima de uma base muito fraca ainda não significa virada definitiva.
“O varejo físico voltou a crescer bem, o que mostra que a operação nas lojas está mais redonda e o consumidor ainda procura a marca no presencial. Só que, ao mesmo tempo, o digital despencou, e não foi queda pequena. Isso é preocupante, porque significa que o modelo omnicanal que o mercado esperava ainda está longe de se consolidar”, coloca.
A analista chama atenção para os “ajustes” contábeis e efeitos pontuais presentes no balanço, que ajudam a melhorar as margens e a reduzir o prejuízo, mas, na avaliação de Sanchez, não é possível dizer que é recorrente ou sustentável.
Ela pondera que há um risco de o investidor olhar para o Ebitda ajustado e achar que o negócio já virou a chave, quando, na prática, ainda existe um longo caminho para estabilizar caixa, reduzir dívida e gerar lucro de forma consistente.
“A empresa ainda carrega um passivo relevante e depende de manter um ritmo forte de vendas e eficiência operacional para continuar respirando sem sustos. Resumindo, é um balanço que sinaliza que a Americanas está tentando reorganizar a casa, mas o cenário ainda inspira cautela”, diz a analista.