Americanas (AMER3): O pior passou? Veja o que esperar com a mudança de CEO da varejista

A Americanas (AMER3) terá Fernando Soares como CEO a partir de outubro deste ano, ocupando a posição atualmente de Leonardo Coelho, que tocou pelos últimos dois anos a companhia em seu processo de recuperação judicial decorrente da descoberta de uma fraude bilionária. O mercado recebe bem a notícia, com as ações subindo até 4% no pregão desta terça (26).
Na companhia há cerca de um ano, Soares ocupa a posição de vice-presidente de operações e tem uma bagagem forte, na visão de Caroline Sanchez, analista da Levante Inside Corp, uma vez que ocupou o cargo de CEO na Domino’s Brasil, além de contar com uma passagem relevante pela Ambev.
“Ele tem uma bagagem e uma experiência bastante sólida para contribuir nessa ‘nova fase'”, diz a analista.
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Sanchez destaca que o atual CEO, Leonardo Coelho, foi peça-chave na recuperação judicial e avalia positivamente a permanência do executivo no comitê financeiro da companhia.
Para ela, estrategicamente, a troca mostra que a Americanas acredita ter estabilizado uma fase mais crítica da crise e agora foca na retomada operacional e de rentabilidade, sob o comando de Soares, que oferece forte histórico em operações e reestruturação.
“Manter o Leonardo no comitê financeiro também transmite um sinal de continuidade na governança e no compromisso com os credores, com os investidores, e isso dá maior segurança aos stakeholders de que o conhecimento da crise interna da Americanas continua presente ali na gestão”, avalia a analista.
O que monitorar em Americanas?
Daqui para frente, Sanchez coloca que é preciso monitorar o plano de recuperação da varejista, acompanhando a concretização da transição e saída da fase emergencial que se instaurou desde 2023, com ganho de fôlego e crescimento nos próximos meses.
A analista da Levante chama atenção para como se dará a implementação de medidas para aumentar a produtividade e elevar margens, mas sem descuidar da crise que ainda ronda a reputação da Americanas.
“Essa troca do comando da Americanas é mais do que uma simples mudança de cadeira, é uma transição de fase nesse processo de recuperação da empresa”, pondera a analista.
“A empresa sai de um momento de crise mais aguda, em que precisava de um perfil financeiro para estabilizar a operação, para um momento de reconstrução e ganho de eficiência, em que você tem um CEO [Soares] com uma experiência prática em operações de transformação e vai ser peça-chave nessa transição”.
As finanças da Americanas
No segundo trimestre de 2025, a Americanas teve prejuízo líquido de R$ 98 milhões, uma redução de 94,7% ante o prejuízo de R$ 1,86 bilhão de um ano atrás. O Ebitda ajustado saltou 1.216%, para R$ 329 milhões. Desconsiderando efeitos do IFRS 16, o Ebitda ajustado ficou positivo em R$ 94 milhões, revertendo o resultado negativo do ano anterior.
O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) total somou R$ 5,2 bilhões, alta de 15,6% na comparação anual, impulsionado principalmente pelo crescimento de 35,7% no GMV físico, para R$ 4,35 bilhões.
A receita líquida da Americanas aumentou 24,7% na base anual, atingindo R$ 3,84 bilhões.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 38 milhões, uma melhora de 97,5% ante o prejuízo de R$ 1,55 bilhão registrado no segundo trimestre de 2024.