Destaques da Bolsa

Americanas (AMER3): O que está por trás da queda de 7% nesta quarta-feira (11)?

11 dez 2024, 12:20 - atualizado em 11 dez 2024, 12:20
Radar do Mercado, Lojas Americanas, Empresas
Ações da Americanas performam entre as maiores quedas da Bolsa nesta quarta-feira (11) (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

As ações da Americanas (AMER3) performam em queda no pregão desta quarta-feira (11), dia em que ocorre assembleia-geral extraordinária (AGE) para deliberação, entre outros temas, de uma proposta de ação de responsabilidade civil contra ex-executivos apontados como responsáveis pel fraude contábil da companhia, anunciada em no início de 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por volta de 12h05 (horário de Brasília), AMER3 recuava 6,52%, a R$ 8,89. Durante a manhã, os papéis chegaram a recuar 7%



De acordo com o edital publicado pela varejista no fim de outubro, os alvos de processo são os ex-diretores Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, acusados de “atos ilícitos praticados durante o exercício social findo em 31 de dezembro de 2022”.

A assembleia, que iniciou às 11h desta quarta, discute ainda a aprovação de contas e mudanças no estatuto da companhia.

Conforme o edital, a Americanas busca que sejam rejeitadas as contas dos diretores mencionados, “não lhes sendo dada a consequente exoneração”, e que a companhia tome “todas as medidas legais aplicáveis para se ressarcir de todas as perdas e danos sofridos em decorrência de tais atos”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Volatilidade das ações da Americanas

No terceiro trimestre de 2024 (3T24), o balanço da Americanas movimentou as ações após mostrar lucro líquido de R$ 10,3 bilhões no período. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.

O resultado foi impactado por diversos efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais. No terceiro trimestre, o resultado financeiro consolidado foi positivo em R$ 14,2 bilhões, atribuído aos descontos das dívidas que estão listadas no Plano de Recuperação.

“O principal impacto foi o reconhecimento como receita financeira dos haircuts [redução no valor original da dívida negociada com os credores] gerados no momento da quitação de dívidas concursais com credores financeiros e reversão de juros e atualizações monetárias”, disse a Americanas.

Nos dias seguintes, a companhia engatou novas altas, chegando avançar 90%. No entanto, no acumulado do ano, a queda se aproxima de 100%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Após a divulgação do balanço, Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, chamou atenção para o efeito da renegociação de dívida que a companhia conseguiu.

“Apesar dessa euforia com o resultado da Americanas, tem uma questão que é a novação de dívidas, que nada mais é do que uma rolagem, quando renegocia e alonga o pagamento. Sem considerar esses efeitos, na verdade, o resultado não seria tão expressivo assim”.

A analista não demonstra grande otimismo com a varejista, destacando que o atual cenário é desafiador para o varejo e que não é só esse sinal — de lucro no balanço — que indica recuperação da companhia.

Compartilhar

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.