Analista projeta inflação para 2025 mais confortável, mas alta nos serviços preocupa mercado
A inflação do Brasil vem dando sinais de arrefecimento, confirmado por uma nova leitura positiva: o país registrou deflação de 0,11% em agosto, depois de 12 meses de alta. No entanto, apesar de quedas consecutivas nas estimativas, alguns núcleos ainda preocupam.
No Giro do Mercado desta quarta-feira (10), a jornalista Paula Comassetto, recebeu Laís Costa, analista da Empiricus Research, que comentou sobre os dados de inflação em agosto e as projeções para os próximos meses.
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“Quando olhamos para a parte de serviços, que é uma das partes mais importantes para a definição da política monetária, a parte de serviços intensivos em mão de obra veio bastante pressionada. Isso é muito ruim e incomoda o mercado”, diz Costa.
Segundo a analista, a deflação de agosto já era esperada pelo bônus de Itaipu, que efetiva uma ampla redução nos preços de energia elétrica e causa grande impacto no indicador.
Outros dados positivos vieram nos núcleos de alimentos, com recuos pelo terceiro mês consecutivo. Porém, pensando nas futuras decisões do Banco Central sobre os juros, o momento da inflação de serviços pode pesar mais.
“O mercado está muito posicionado para uma queda de juros. Ainda não está precificado em dezembro, mas está muito próximo disso para janeiro do ano que vem. Mas os serviços têm incomodado e o dado de hoje reforça essa leitura”, afirma.
Para Costa, a projeção de inflação para 2025 já está em um patamar mais confortável do que a média desde 2008, mas nos próximos meses não devemos ter novos dados registrando deflação.
No cenário internacional, a especialista reforça a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) faça três cortes de juros de 0,25 pontos percentuais nos Estados Unidos ainda em 2025.
Na contramão do Brasil, o país divulgou os dados de preços ao produtor com queda no custo dos serviços. Na próxima semana, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) já deve iniciar o ciclo de cortes.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais, o impasse de Donald Trump com o Fed e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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