Anfavea: Ômicron impacta negativamente resultados da indústria automobilística em janeiro

Dados divulgados pela Anfavea na manhã desta segunda-feira (7) mostram que o primeiro mês do ano não foi bom para a indústria automobilística, ainda que o período tenha tradicionalmente as piores médias de vendas de veículos do ano, levando em conta paradas nas fábricas, feriados e férias escolares.

Segundo a associação, a produção de 145,4 mil unidades apresentou uma queda de 27,4% em relação a janeiro do ano passado.

Um fator que influenciou o resultado para o primeiro mês do ano, além da já conhecida escassez de componentes eletrônicos, foi o impacto da variante ômicron sobre a força de trabalho, visto que o país vem enfrentando um pico do número de casos de Covid-19 desde o final do ano passado. O resultado foi um índice “sem precedentes” de absenteísmo causado pelo afastamento de funcionários.

A vendas internas também foram impactadas, resultado que se repetiu em outros países afetados pela variante ômicron de maneira semelhante ao Brasil. Ao todo, 126,5 mil autoveículos foram vendidos, o que representou uma queda de 26,1% sobre janeiro do ano anterior.

O número de exportações foi o menos afetado pelas adversidades de janeiro. Cerca de 27,6 mil unidades foram embarcadas, o que representou um crescimento de 6,6% em relação a janeiro de 2021.

A expectativa da associação é que os impactos da ômicron sejam atenuados nos próximos dois meses, o que permitirá “um quadro mais próximo da normalidade”.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, alertou, contudo, para a alta da taxa de juros acima do esperado, que pode desaquecer o mercado. Na primeira semana de fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros (Selic) para 10,75%, o oitavo aumento desde março do ano passado.

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