Colunistas

Angela Bittencourt: Você está endividado? Então comece a investir

21 jun 2019, 10:14 - atualizado em 21 jun 2019, 10:19
Dinheiro
A colunista Angela Bittencourt dá dicas de finanças pessoais

“Uma inesperada dívida de 250 mil reais atropelou a minha vida. E a dívida nem era minha. Só estava no meu nome porque decidi emprestá-lo para o meu pai, que tentava recuperar um empreendimento que não tinha mais remédio. Estava quebrado. Quando fui informado do ‘papagaio’, perdi o chão.

Terra Investimentos troca Usiminas por Gerdau em carteira recomendada da semana

E quase a cabeça. Fiquei desorientado. Tive vontade de tirar satisfação. Pensei tudo. Pensei até que o meu casamento estava acabado. Mas decidi negociar com todos os credores, inclusive com a minha mulher… Não! Eu não devia nada a ela. Mas tive que pedir paciência porque as ‘vacas magras’ tinham chegado. Prometi que, em um ano, sairíamos do buraco. Saímos. E saímos porque a minha cabeça mudou.”

O confidente acima eu conheci na sexta-feira passada. É um dos assinantes do Reserva Empiricus, com acesso a todos os produtos da Casa. Ele veio do interior de São Paulo para participar de um café da manhã com nossos editores. Como chegou adiantado, entre um cafezinho e outro ele me contou sua motivação para ingressar no mundo dos investimentos. E, para a minha surpresa, ele começou a pensar no assunto por ter ficado subitamente endividado.

O assinante aprendeu o caminho das pedras porque precisava desesperadamente se livrar da dívida, que superava em muitas vezes o seu salário. Ele recorda que pagar o débito seria possível somente com um salário maior. Como um aumento estava fora de cogitação, ele decidiu usar parte do salário para obter renda extra.

“Não foi simples convencer a minha mulher que precisava investir para me livrar daquele abacaxi, mas insisti. Com os credores fui direto. Descobri que ser transparente é o melhor caminho para renegociar uma dívida”, conta nosso assinante Reserva.

“Eu disse a verdade. Disse que não conseguiria pagar tudo, mesmo com 30 por cento de desconto. Chegamos a um acordo quanto ao valor das parcelas e ao prazo para o pagamento.

Deu certo, mas não sem esforço e planejamento. Não encontrei um norte de uma hora para outra, mas li um livro (‘O Homem Mais Rico da Babilônia’) que me inspirou. Depois comecei a ler as cartas da Iguatemi e passei a buscar, de verdade, a minha liberdade financeira. E consegui. Isso foi por volta de 2014.”

Lançada em 2014, a newsletter Cartas da Iguatemi é uma referência ao primeiro endereço da Empiricus, localizada então na rua homônima no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo.

Quando sobra dinheiro

O assinante Reserva com quem conversei na semana passada associa o seu progresso como investidor à evolução da própria Empiricus . Ele confessa um primeiro olhar ressabiado. Mas percebeu, ao longo do tempo, que as sugestões da Casa se confirmavam. “Isso aumentou a minha confiança” e, depois das Cartas da Iguatemi, o assinante optou pela série Palavra do Estrategista, assinada pelo Felipe, CEO da Empiricus.

“A partir de um certo ponto, calculei na ponta do lápis o valor das assinaturas de cada produto e concluí que a perspectiva de ganho, que já estava obtendo, cobriria o valor das assinaturas… Leio tudo.”

Livre da dívida de 250 mil reais que o empurrou para os primeiros investimentos, nosso assinante Reserva hoje administra os próprios recursos e promove cursos presenciais ou em vídeos sobre educação financeira.

Na gestão das próprias aplicações, ele tem preferência por ações e por opções, mas não deixa de manter uma parcela dos recursos em renda fixa. Nosso assinante comemora o fato de a Bolsa ter superado a marca de 1 milhão de investidores pessoas físicas em abril. Essa mesma marca já tinha sido alcançada pelo Tesouro Direto.

Na antessala do café com os editores, um jovem advogado, também assinante do Reserva Empiricus, mostrou que nem só a falta de dinheiro ou a vontade de multiplicar o existente patrocina a formação de um investidor. “Sobra de dinheiro nos obriga a sair da zona de conforto”, diz o visitante, que mora no Sul do país.

O jovem advogado, que desembarcou de Londres no dia anterior ao encontro na Empiricus, também começou a investir em 2014 e refere-se à newsletter Cartas da Iguatemi como sua primeira referência sobre educação financeira.

Ele lembra que o “desespero” de repentinamente ter 100 mil reais na mão e não saber o que fazer com esse dinheiro foi o gatilho para estudar alternativas de investimento.

A exemplo do assinante que decidiu investir para gerar renda e liquidar a dívida herdada pelo uso de seu nome ou CPF em um negócio frustrado, o jovem advogado também administra suas aplicações financeiras.

Em função da sua atividade profissional, o advogado continua sem ter um salário determinado. Continua sendo remunerado por trabalhos realizados. E não entra em desespero. Ele reconhece que se tivesse o conhecimento de mercado que tem hoje seria um milionário e não se preocuparia mais com dinheiro.

Saudade de 2016

Embora não tenha demonstrado ter essa preocupação no momento, o jovem advogado se reconhece mais maduro e disposto a mudar de atividade, mas ainda não fez uma escolha. Pergunto por que não se tornar um gestor de investimentos… Ele sorri e responde: “Por que não?”.

Esses dois assinantes Reserva começaram a investir em 2014 e eles têm outro denominador em comum: ambos sentem saudades dos ganhos obtidos em 2016. Eles calculam que novas oportunidades de investimento surgirão com a melhora da atividade econômica, uma vez que a inflação está domada e a taxa Selic está em recorde de baixa – e com viés de baixa.

No saudoso 2016, o IPCA foi de 6,29 por cento, bem próximo ao teto da meta de 6,50 por cento, e a Selic estava colada em 14 por cento.

Naquele ano, a valorização nominal do Ibovespa foi de 38,94 por cento e os títulos do Tesouro deram um show. A NTN-B (Tesouro + IPCA) com vencimento em 2035 pagou 48,51 por cento; o Tesouro Prefixado 2021, 38,89 por cento; o Tesouro Selic, 13,73 por cento. Na ponta oposta, ouro e dólar acusaram desvalorização de 12,32 por cento e 17,69 por cento, respectivamente.

Neste 2019 o cenário é outro, como notaram os assinantes Reserva que nos visitaram na Empiricus. A inflação deverá fechar o ano em torno de 3,80 por cento, abaixo da meta de 4,25 por cento, e a taxa básica segue em 6,50 por cento. Na quarta-feira, o Copom manteve a Selic inalterada pela décima reunião consecutiva. Mas o mercado já vê Selic a 5,75 por cento até dezembro, mostra a pesquisa Focus.

O atual ciclo de estabilidade do juro (em 6,50 por cento) é um dos mais longos da história do mercado aberto no Brasil. No ciclo de manutenção imediatamente anterior, a taxa Selic de 14,25 por cento foi reprisada 9 vezes (de julho de 2015 a outubro de 2016). E, antes disso, em 2001, a Selic de 19 por cento repetiu-se seis vezes seguidas (de julho de 2001 a fevereiro de 2002).

Distribuída durante o tempo de aplicação, a Selic atual (6,50) tem potência equivalente a 0,65 por cento em média, o que significa menos da metade de 1,58 por cento da potência observada no ciclo anterior de manutenção da taxa nominal e inferior a um quarto da Selic praticada de 2011 a 2012.

Aquele aperto monetário – com potência equivalente a 3,16 por cento – ajudou a desacelerar brutalmente o PIB de uma taxa de expansão de 7,5 por cento em 2010 – último ano do segundo mandato de Lula – para 4 por cento em 2011 e 1,9 por cento em 2012.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.