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Ano do arroz com feijão a fogo alto para os produtores e de preços para os consumidores

05 ago 2020, 13:56 - atualizado em 18 fev 2021, 12:29
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Arroz foi o cereal que mais se aproveitou dos fatores expostos pela pandemia e mantém a firmeza (Pixabay)

Na marra ou não, a pandemia sacramentou 2020 como o ano do arroz com feijão. E os produtores agradecem, mais ainda se o governo esticar um pouco o auxílio emergencial.

Em pleno pico da safra gaúcha, a mais recheada, o cereal já marcava preços longes de pressão da oferta. Agora, sem colheita, a escalada das cotações já chega às gôndolas, confirma o analista Vlamir Brandalizze.

Já o feijão escapou do pior do atual ciclo, segurou o aperto dos atacadistas e indústrias, e tende a ir encorpando cada vez mais, faltando pouco para não ter mais safra para ser colhida, conforme também avalia Brandalizze.

O benefício do isolamento, fechamento de restaurante e compressão da renda por demissões ou corte de salários, facilitaram a demanda por produtos mais baratos e que rendam mais. E o auxílio emergencial colocou mais fogo.

Sob expectativas de que o governo possa seguir ajudando os desempregados e informais, além do consumo no lar tender a seguir poderoso, sem grandes ilusões quanto à reabertura de restaurantes e bares – ou que sobrou deles – o diretor da Brandalizze Consulting verifica uma queda de braço.

Os produtores estão levando certa vantagem, segurando os produtores à espera de melhores preços. No caso do arroz, no Sul já tem saca de 50 kg a R$ 76, contra as últimas semanas abaixo dos R$ 70. No Norte e Centro-Oeste, entre R$ 86 e 90, em sacas de 60 kg e também em casca.

“Não tem como o varejo vender o arroz mais comercial abaixo de R$ 16 e o nobre abaixo de R$ 18/20, pois as indústrias estão repassando e cortando as promoções”, afirmou.

Em relação ao feijão carioca, os produtores já endureceram quando os compradores ofertavam R$ 200 a saca, e, agora, a realidade já supera os R$ 230, elevando as projeções para R$ 280 nas próximas duas semanas neste final de colheita.

E, ainda, a oferta, mesmo com a safra, não foi a altura da demanda, tanto que o feijão preto igualmente foi muito procurado para superar a necessidade do consumidor fugindo da alta do carioca.

Entre setembro e outubro, Brandalizze acredita em feijão de R$ 300.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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