Pré-Sal

ANP: indústria do petróleo não sairia do lugar sem abertura do setor

28 set 2018, 14:44 - atualizado em 28 set 2018, 14:53
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, e o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Felix (Tânia Rergo/Agência Brasil)

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Odonne, afirmou hoje (28), durante a 5ª Rodada de Partilha do pré-sal, que a indústria petrolífera brasileira não teria condições de avançar sem que ocorressem as mudanças na regulamentação do setor.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

RECEBA A NOSSA NEWSLETTER GRATUITA

Segundo Oddone, mantidas as exigências que vigoravam anteriormente, como a de conteúdo mínimo local e de ter a Petrobras como operadora única do pré-sal, os resultados não seriam os mesmos obtidos de setembro do ano passado até o dia de hoje, com as licitação das rodadas de partilha e de concessão.

“Foram arrecadados R$ 28 bilhões somente em bônus de assinatura. Mantidas as exigências de conteúdo nacional e a Petrobras como operadora única do pré-sal, os resultados não seriam os mesmos. A concentração dos investimentos em uma única empresa dificulta a financiabilidade [do projeto]”, disse Oddone.

De acordo com o diretor-geral da ANP, basta lembrar que, somente no upstream (parte da cadeia produtiva do petróleo que antecede o refino), a quantidade de recursos necessários para fazer os investimentos seria de R$ 1,8 trilhão a R$ 2 trilhões em 10 anos. “Nós estamos falando de investimentos de R$ 200 bilhões por ano.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“A Petrobras hoje investe US$ 15 bilhões, US$ 16 bilhões por ano no conjunto das suas atividades, em todo o segmento. Isso dá R$ 50 bilhões ao ano. É inimaginável acharmos que somente uma empresa, independentemente do seu tamanho, seja capaz de enfrentar estes investimentos, isso não aconteceria. O que nós precisamos é de diversificação das empresas, o maior número delas investindo no Brasil”, afirmou Oddone.

Ele disse que o país precisa é de atrair investimentos para o setor do petróleo, para usar na construção de refinarias de modo a aumentar a capacidade de produção e reduzir a dependência do mercado externo. “[É preciso] investir em biodiesel para diversificar a nossa matriz. Nós precisamos avançar nas questões logísticas, no mercado de gás natural: nossos gasodutos só abrangem o litoral, não há rede de gasoduto que chegue ao interior do país.”

Para Oddone, se o país tomar a decisão de concentrar tudo em uma única empresa [no caso, a Petrobras], limitará seu potencial de crescimento ao potencial de investimento desta empresa. Ele lembrou que isso já foi tentado no passado, e ficou provado que não deu certo. “Precisamos é de mais investimentos, de mais abertura, de mais competição para desenvolvermos e crescermos. Nós precisamos é de que os nossos recursos naturais sejam utilizados em benefício de nossa população.”

“Não nos esqueçamos de que temos milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza e que o maior inimigo do meio ambiente é a pobreza. Nós não temos hojerecursos para investir, nem tempo a perder. Temos que continuar neste processo de atração de investimentos para que possamos, através desses investimentos, retirar milhões de brasileiros da linha da pobreza”, afirmou.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
agencia.brasil@moneytimes.com.br
Leia mais sobre:

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar