Agronegócio

Antecipadas, vendas de defensivos agrícolas no Brasil atingem 7% do total de 21/22

05 nov 2020, 21:06 - atualizado em 05 nov 2020, 21:06
Milho
Com isso, o agricultor já iniciou vendas do grão da safra 2021/22 (Imagem: REUTERS/Bing Guan)

A negociação de defensivos agrícolas para a safra 2021/22, que será plantada somente em setembro do ano que vem, já atingiu de 6% a 7% do esperado, em um movimento atípico de antecipação associado às vendas de grãos para a próxima temporada, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

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A comercialização do insumo para a safra seguinte, que deve se intensificar até o final do ano, normalmente começa em dezembro, disse à Reuters o presidente do sindicato, Julio Borges Garcia.

“Em fertilizantes (as vendas antecipadas) devem ter sido mais, mas acho que isso se intensifica (para os defensivos) agora em novembro e dezembro. Esses números devem aumentar substancialmente”, afirmou o executivo.

O Brasil, maior produtor e exportador de soja do mundo, viu sua rentabilidade saltar no mercado de grãos na esteira do dólar e firme demanda externa.

Com isso, o agricultor já iniciou vendas do grão da safra 2021/22 e, ao mesmo tempo, trava seus custos adquirindo insumos, como adubos e agroquímicos.

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Em Mato Grosso, por exemplo, os produtores haviam comercializado, até o fim de setembro, 6,21% da soja e 2,03% do milho esperados para a próxima temporada, conforme levantamento mais recente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Apesar desta movimentação, Garcia ressaltou que “não é muito fácil” para que as vendas antecipadas aconteçam no mercado de defensivos. “É difícil fazer a precificação, temos que pensar no câmbio que estará no período de entrega e embutir o custo do hedge”, comentou.

Receita

Também por impacto do câmbio, o faturamento da indústria de defensivos agrícolas do Brasil deve alcançar cerca de 12 bilhões de dólares neste ano, queda de 12% em relação ao total de 2019, estimou o presidente do Sindiveg.

Segundo o executivo, a alta da moeda norte-americana está sendo um “importante desafio” para a indústria de defensivos, que não conseguiu ainda repassar todo aumento de custos com dólar mais alto.

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Somente no terceiro trimestre do ano, houve queda de 18% no faturamento da indústria, ante igual período de 2019, atingindo 1,39 bilhão de dólares.

Neste mercado, parte das negociações ocorreu com antecedência, o que faz com que produtos tenham sido faturados ainda com o valor menor do que o praticado atualmente, pressionando o desempenho financeiro do setor.

“Para nossa indústria, não foi um ano muito fácil”, afirmou Garcia.

Ele lembrou que, no início da pandemia, houve até momentos de falta de matéria-prima por problemas logísticos em meio às medidas de isolamento social. Em seguida, veio o aumento de custo com insumos de produção devido à alta do dólar.

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“Agora temos que importar matéria-prima antecipadamente, para antecipar um pouco a produção… o que viria em maio, vamos trazer já em janeiro… mas isso nos gera um estresse de capital de giro”, disse o executivo sobre uma alternativa que poderá ser adotada pelas empresas no ano que vem.

Área Tratada

No terceiro trimestre do ano, início do plantio de soja no país, a área tratada com defensivos aumentou 5% para 212,2 milhões de hectares, conforme levantamento da consultoria Spark Inteligência Estratégia encomendado pelo Sindiveg.

O número considera diversas aplicações dos produtos em uma mesma lavoura e o avanço foi puxado tanto pelo aumento na semeadura de 2020/21 quanto pelo crescimento na incidência de pragas nos cultivos agrícolas.

Destaque para os herbicidas, que combatem as plantas daninhas –especialmente agressivas neste período de preparação do plantio–, que representaram 51% do investimento em dólar dos produtos aplicados, seguido por inseticidas (18%), fungicidas (15%) e tratamento de sementes (10%).

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Em relação às culturas, soja (39%) e pastagens (19%) lideraram em termos de área tratada no trimestre.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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