Internacional

Antes de reunião decisiva, Opep vê mercado de petróleo melhor

05 nov 2019, 16:08 - atualizado em 05 nov 2019, 16:08
A Opep e seus parceiros reduziram a produção de petróleo este ano porque a demanda frágil e a oferta crescente dos EUA ameaçavam criar uma situação de excesso de produto (Imagem: Reuters/Leonhard Foeger)

O principal representante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo informou que a perspectiva para o mercado em 2020 melhorou com a manutenção do crescimento econômico. A declaração sugere que a pressão para a Opep intensificar os cortes na produção pode ter diminuído.

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“O quadro parece melhor”, disse o secretário-geral Mohammad Barkindo a repórteres em Viena: “No momento, 2020 tem um potencial de alta que pode realmente surpreender o mercado.”

A Opep e seus parceiros reduziram a produção de petróleo este ano porque a demanda frágil e a oferta crescente dos EUA ameaçavam criar uma situação de excesso de produto. No início do mês que vem, haverá uma reunião para considerar a estratégia do próximo ano.

As previsões do grupo apontam para possibilidade de superávit, em meio a sinais de recessão global. Com isso, aumentaram as especulações de que a Opep e outros integrantes da coalizão precisariam reduzir ainda mais a produção. No mês passado, Barkindo afirmou que os produtores estavam dispostos a fazer “o que for preciso” para impedir outra derrapada do mercado.

 

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Não está claro se a Rússia, principal aliada da Opep, está disposta a estender restrições à produção, pois tem menor necessidade de manter o preço do barril elevado para cobrir o orçamento (Imagem: Evgeniy Ivanov/Unsplash)

O ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, que representa o maior e mais influente integrante da Opep, fez comentários semelhantes no mês passado, dizendo que era seu “trabalho” impedir o ressurgimento de qualquer excesso de oferta.

Os países da Opep sofrem pressão para elevar o preço do barril, que é cotado pouco acima de US$ 60 em Londres e não basta para cobrir os gastos públicos na maioria dessas nações.

No entanto, cortes maiores na produção exigiriam mais sacrifício em termos de volume de vendas. E o tiro pode sair pela culatra se incentivar investimentos em produção por rivais, como o caso do petróleo de xisto extraído nos EUA.

Não está claro se a Rússia, principal aliada da Opep, está disposta a estender restrições à produção, pois tem menor necessidade de manter o preço do barril elevado para cobrir o orçamento.

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Os comentários do secretário-geral na terça-feira durante a apresentação do relatório anual World Oil Outlook sugerem menor urgência por medidas vigorosas.

Existem sinais mais “otimistas” na disputa comercial entre os EUA e a China, que estava prejudicando as perspectivas de demanda em 2020 (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

Barkindo informou que é cedo para concluir se o mercado realmente terá excesso de oferta em 2020, pois a organização ainda precisa completar diversos estudos antes da reunião ministerial em Viena nos dias 5 e 6 de dezembro.

Existem sinais mais “otimistas” na disputa comercial entre os EUA e a China, que estava prejudicando as perspectivas de demanda em 2020, segundo ele.

Os mercados mundiais já estão a caminho da estabilidade graças aos esforços do grupo de 24 nações, disse Barkindo, acrescentando que países que ainda não cumpriram os cortes acordados estão no processo de “aumentar” seu enquadramento.

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A Opep e seus parceiros se comprometeram a reduzir a produção em 1,2 milhão de barris diários no início de 2019, embora a diminuição de fato tenha sido bem maior devido a perdas não planejadas na Venezuela, no Irã e — mais recentemente — na Arábia Saudita.

No entanto, as previsões de longo prazo apresentadas pela organização na terça-feira apontam para anos difíceis adiante: a demanda pelo petróleo do grupo cairá 7% até 2023, enquanto o xisto dos EUA continua em ascensão.

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bloomberg@moneytimes.com.br