Política

Anulação das condenações de Lula é elogiada e criticada na Câmara

08 mar 2021, 19:31 - atualizado em 08 mar 2021, 19:31
Câmara dos deputados
Deputados divergem sobre absolvição de Lula (Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Repercutiu no Plenário da Câmara dos Deputados a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou nesta segunda-feira (8) as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionadas à Operação Lava Jato e o tornou elegível para disputar as eleições de 2022.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a decisão reconheceu a ilegalidade dos processos, já que, na sua opinião a 13ª Vara Federal de Curitiba seria competente para julgar apenas os casos ilícitos da Petrobras. Ela cobrou a penalização do ex-juiz Sergio Moro. “Moro tem que ser julgado pelos crimes que cometeu”, afirmou.

Segundo Gleisi Hoffmann, a suspensão dos direitos políticos de Lula nas eleições de 2018 teve como resultado a eleição do presidente Jair Bolsonaro. “Só lamento que tenhamos levado cinco anos para reconhecer aquilo que foi a primeira alegação da defesa. Nada pagará os 580 dias de prisão injusta que Lula teve, a dor e humilhação.”

“Muita tristeza”

Para a deputada Bia Kicis (PSL-DF), a decisão do ministro Fachin provocou “muita tristeza” no povo brasileiro. “Foi condenado em três instâncias e, numa canetada, tem todas as decisões anuladas”, lamentou.

O líder do Cidadania, Alex Manente (SP), lamentou a decisão de Fachin, por ter sido monocrática. “Não conseguimos o debate amplo de todos os membros do STF. Isso traz uma insegurança e um caos a toda a sociedade. Basta ver o mercado hoje, com a Bolsa caindo e o dólar subindo.”

Manente espera que o Ministério Público recorra da decisão, para que haja manifestação dos outros ministros do STF. “Não pode ser no apagar das luzes, sem discussão no mérito de todos os ministros, porque envolve figuras e fatos conhecidos do nosso País. Estamos desqualificando todo um trabalho contra a corrupção e a impunidade.”

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