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AO VIVO: Powell comenta a decisão do Fed em manter juros inalterados; acompanhe

07 maio 2025, 15:24 - atualizado em 07 maio 2025, 15:24
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Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, comenta a decisão de política monetária desta quarta-feira (7) (Imagem: Reprodução/Youtube Federal Reserve)

O presidente do Federal ReserveJerome Powell, concede entrevista coletiva nesta quarta-feira (7), após o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manter os juros de referência dos Estados Unidos (EUA) inalterados no intervalor entre 4,25% a 4,50% ao ano. A manutenção já era esperada pelo mercado.

Durante a coletiva, os agentes financeiros ficam atentos a possíveis orientações futuras sobre a trajetória dos juros, em meio à política tarifária do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.

Veja os destaques da fala de Powell:

Powell diz que “é muito cedo” para medir os impactos das tarifas de Trump e descarta ‘corte preventivo’ nos juros

O plano tarifário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou as incertezas sobre o desempenho da maior economia do mundo, mas os efeitos ainda não foram sentidos, de acordo com o presidente do Federal Reserve (Fed)Jerome Powell,

“A incerteza sobre a trajetória da economia é extremamente elevada. […] Os riscos de maior desemprego e maior inflação parecem ter aumentado [após o anúncio das tarifas], mas ainda não se materializou nos dados”, disse Powell durante a coletiva de imprensa. Nesta quarta-feira (7), o Banco Central dos EUA manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. 

Leia mais.

Kinea/Fed: Powell ganha tempo em meio a incertezas e evita se comprometer

Para André Diniz, sócio e economista-chefe da Kinea, a decisão do Federal Reserve de manter os juros entre 4,25% e 4,50% revela uma postura deliberadamente cautelosa. “Eles estão tentando ganhar tempo e evitar se posicionar de forma muito decisiva para um lado ou para o outro”, resume o economista.

Segundo Diniz, o Fed reconhece que a incerteza aumentou e prefere aguardar mais dados antes de agir. A resiliência da economia americana permite essa espera sem grandes riscos: “Os custos de esperar até ter mais clareza sobre o cenário e pensar como reagir são baixos.”

Na avaliação dele, o grande ponto de indefinição segue sendo o impacto das tarifas recentemente impostas. “A clareza sobre as tarifas — ou a ausência dela — é que vai continuar ditando o rumo da política monetária”, afirma.

Diniz classifica o posicionamento do Fed como pouco surpreendente: “Segue o jogo, um Fed bastante sem informação, mantendo tudo em aberto. Um Fed pouco interessante, eu diria.”

Nomad/Fed: Banco central americano evita resposta precipitada a choque inflacionário via tarifas

O Federal Reserve optou por manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, decisão amplamente antecipada pelos mercados. Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, o impacto imediato sobre os preços dos ativos deve ser limitado, já que o foco agora se volta às sinalizações do presidente do Fed, Jerome Powell, diante de um cenário desafiador imposto pelas recentes medidas econômicas, especialmente as tarifas comerciais.

Segundo Igliori, o dilema do Fed é claro: “a inflação causada por tarifas é diferente da inflação tradicional de demanda. Subir juros, nesse caso, não resolve o problema; ao contrário, pode agravar a desaceleração.” Por outro lado, cortar juros para estimular a economia pode acabar alimentando ainda mais os preços.

Para o economista, a decisão de manter os juros estáveis funciona como um “voto de confiança na resiliência da economia americana”, que segue com um mercado de trabalho forte e indicadores sólidos, à exceção da contração no PIB no primeiro trimestre — reflexo, principalmente, da antecipação de importações motivada pelas novas tarifas, que impactaram negativamente o cálculo do produto interno bruto.

Igliori também chama atenção para o ambiente político. O mercado acompanha de perto qualquer sinal de pressão do governo sobre a autoridade monetária. “Trump tem defendido cortes nos juros, e qualquer ruído que aponte para perda de independência do banco central pode gerar volatilidade adicional nos mercados”, alerta.

Suno/Fed: Incerteza cresce e cenário aponta risco de estagflação

A decisão unânime do Federal Reserve de manter os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano era amplamente esperada pelo mercado e foi interpretada como um movimento de cautela diante de um cenário cada vez mais incerto. Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o comunicado da reunião do FOMC desta quarta-feira (7) reforçou que a economia americana ainda cresce em ritmo sólido, mesmo com os efeitos das novas tarifas comerciais elevando as importações e afetando o balanço das exportações líquidas.

O Fed destacou que o desemprego segue em níveis baixos e o mercado de trabalho continua sólido, mas admitiu aumento na incerteza quanto ao futuro da economia. “O Comitê ressaltou que está atento aos dois lados de seu mandato e, desta vez, destacou a elevação das chances de altas tanto no desemprego quanto na inflação, sinalizando um cenário mais desafiador após as medidas econômicas impostas”, afirma Sung.

Em entrevista após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu que os impactos das tarifas estão acima do previsto e ainda difíceis de mensurar. Ele deixou claro que o banco central não tem pressa em ajustar os juros. “Há uma decisão clara de esperar, ver e observar. Quando as coisas se desenvolverem, podemos agir rápido se for apropriado”, afirmou Powell.

Para Sung, o cenário-base da Suno é de desaceleração da economia sem recessão, sustentado por um mercado de trabalho ainda equilibrado. No entanto, ele alerta que, com o aumento do risco de estagflação — inflação alta combinada com atividade fraca —, o Fed terá menos margem de manobra para cortes de juros.

“Caso o mercado de trabalho apresente sinais mais claros de perda de dinamismo, haverá espaço para que o Fed intensifique os cortes ao longo deste ano”, avalia.

>> Powell encerra coletiva de imprensa
>> Powell: o governo está iniciando negociações com vários parceiros comerciais e isso tem o potencial de mudar o cenário; será muito importante ver como isso se desenrola
Operadores mantêm projeção de que Fed cortará taxa de juros somente em julho

Os operadores mantêm suas apostas de que o Federal Reserve provavelmente esperará até julho para cortar a taxa de juros. Há pouco, o  Banco Central dos Estados Unidos manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, como o esperado.

Os contratos futuros vinculados à taxa de juros reduziram as perdas anteriores após o anúncio, e agora colocam a probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa na próxima reunião em julho, em 30% ante a chance de 27% anteriormente.

Um corte na taxa em julho, com base nos preços, está cotado com cerca de 75% de chance.

*Com informações de Reuters

RB Investimentos/Fed: Banco central americano reforça dilema entre inflação e atividade

A decisão do Federal Reserve de manter os juros inalterados não trouxe surpresas ao mercado, segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. O comunicado da autoridade monetária destacou os riscos crescentes nos dois pilares do seu mandato — controle da inflação e manutenção do emprego —, o que mantém em aberto o debate sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos.

Para Cruz, o cenário atual dá margem tanto para argumentos pró-corte de juros quanto para os que consideram essa medida prematura. Ele avalia que, historicamente, o Fed tende a priorizar a sustentação da economia em momentos de conflito entre seus dois objetivos. “Ao escolher entre combater a inflação ou proteger a economia, a prioridade do banco central é a segunda opção”, afirmou.

>> Powell: o desemprego não aumentou, a criação de empregos está boa, os pedidos de seguro-desemprego não estão aumentando de forma impressionante; então, a economia ainda está em boa forma
>> Powell: nossa política está em um bom lugar, então achamos que podemos esperar e agir quando estiver claro qual é a coisa certa a fazer
>> Powell: as pessoas estão preocupadas com a inflação com um choque das tarifas, mas o choque ainda não chegou
>> Dólar renova máxima intradia a R$ 5,7535 (+0,75%) em meio a falas de Powell
>> Powell: risco de maior desemprego e inflação aumento, mas ainda não se materializou nos dados
>> Powell: a incerteza sobre a trajetória da economia é extremamente elevada
>> Powell: agora a coisa apropriada a fazer é esperar e ver como as coisas evoluem; há muita incerteza
>> Powell: Não precisamos ter pressa [na política monetária]
Monte Bravo/Fed: Decisão destaca aumento da incerteza econômica

O Federal Reserve manteve a taxa de juros em 4,5%, conforme amplamente esperado pelo mercado, incluindo as projeções da Monte Bravo. No comunicado, o Fed reconheceu o impacto das exportações líquidas no PIB, mas ressaltou que a economia continua se expandindo de forma robusta, com o desemprego baixo e as condições do mercado de trabalho sólidas.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, destacou que o Fed agora reconhece um cenário mais incerto, com riscos tanto de maior inflação quanto de aumento do desemprego. Segundo Costa, a principal mudança no comunicado foi o balanço de riscos, que foi ajustado para refletir essa incerteza crescente, com o Fed mantendo uma postura mais neutra enquanto espera os dados das próximas reuniões e avalia o impacto das tarifas comerciais.

O economista também mencionou que a desaceleração do emprego será um fator determinante para as futuras decisões do Fed, que precisará reagir conforme o impacto no mercado de trabalho e a atividade econômica, mesmo que isso signifique lidar com uma inflação mais elevada no curto prazo.

>> Powell: taxa de juros está em um bom lugar para ficar enquanto aguardamos mais clareza sobre tarifas e, finalmente, suas implicações para a economia
>> Powell: governo está promovendo mudanças significativas na política
>> Powell: tarifas anunciadas até agora foram significativamente maiores do que o previsto.
>> Powell: queda do PIB no 1º trimestre refletiu oscilação incomum nas exportações, provavelmente impulsionadas por empresas que trouxeram importações antes de potenciais tarifas
>> Powell: mercado de trabalho segue sólido
>> Powell: inflação caiu bastante, mas tem se mantido um pouco acima da meta de 2%
Melver/ Fed: Decisão do Fed ignora pressão política por cortes

O Federal Reserve manteve, pela terceira vez em 2025, a taxa de juros americana entre 4,25% e 4,50% ao ano, em decisão unânime do FOMC. A medida reflete, segundo Alexandre Dellamura, head de conteúdo da Melver, a cautela da autoridade monetária diante da retração de 0,3% do PIB no primeiro trimestre e da queda na confiança de consumidores e empresas.

Apesar da desaceleração do núcleo da inflação (PCE) para 2,6%, o nível ainda é considerado elevado. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho segue aquecido, com a criação de 228 mil vagas em abril — quase 100 mil acima do esperado.

O FED reforçou que a atividade econômica ainda cresce em ritmo sólido e que os riscos para inflação e emprego aumentaram. Além disso, Dellamura ressalta que a pressão política por cortes, como a de Donald Trump, foi ignorada.

>> Powell: apesar da incerteza crescente, a economia ainda se encontra em uma posição sólida
>> Powell inicia coletiva de imprensa
Reação ao Fed: S&P 50 inverte sinal e cai; dólar perde força

Logo após a decisão do Federal Reserve sobre os juros, as bolsas de Nova York reduziram os ganhos e continuaram a operar sem direção única, com destaque para o S&P 500 que inverteu o sinal para queda. Confira o desempenho dos índices agora:

> S&P 500: -0,35%, aos 5.585,79 pontos

> Dow Jones: +0,10%, aos 40.869,98 pontos

> Nasdaq: -0,89%, aos 17.531,03 pontos

Os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, também perderam força. Os juros projetados para a dívida de 10 anos recuam a 4,267%; para 30 anos caem a 4,765%.

O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas fortes, reduziu os ganhos para alta de 0,26%, aos 99.495 pontos. Na comparação com o real, o dólar ganhou força eavança a R$ 5,7455 (+0,60%) no mercado à vista.

No Brasil, o Ibovespa registra queda de 0,19%, aos 133.263,84 pontos.

>> Fed mantém juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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