Mercados

Após anos de expansão, mercados privados se preparam para teste do ciclo; saídas na Ásia continuam restritas

02 out 2025, 5:53 - atualizado em 02 out 2025, 6:02
Mercados, Bolsas Asiáticas, China, Hong Kong
Saída de investimentos de longo prazo da Ásia ainda preocupa (Reuters/Chaiwat Subprasom)

O boom do crédito e do private equity está prestes a passar por um teste de realidade, à medida que um ciclo de crédito ainda não testado colide com rotas frágeis de saída nos mercados públicos da Ásia, afirmaram dois executivos seniores de investimentos durante uma conferência em Singapura.

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Os mercados privados se expandiram na região Ásia-Pacífico na última década, com a atividade de aquisições (buyouts) atingindo US$ 138 bilhões em 2024, o segundo melhor ano em uma década, segundo dados da Deloitte. Os ativos de crédito privado sob gestão na região aumentaram mais de seis vezes desde 2014, alcançando cerca de US$ 93 bilhões até setembro de 2023, de acordo com a Preqin.

Michael Goosay, diretor de investimentos e chefe global de renda fixa da Principal Asset Management, afirmou que o influxo de capital nos ativos privados transferiu o risco dos mercados públicos para os privados sem testar como esses tomadores de crédito se comportariam em uma recessão.

“Eu me preocupo com os mercados privados”, disse Goosay durante um painel no Milken Institute Asia Summit, em Cingapura.

“Ainda não passamos por um ciclo econômico real. Houve muito dinheiro perseguindo os retornos prometidos por esses produtos de private equity e crédito privado”, afirmou.

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Segundo ele, o financiamento abundante no setor privado “retirou capital dos mercados públicos” e emissores mais arriscados migraram para os balanços privados.

“Essas são as empresas que acabam tendo problemas quando a economia desacelera”, concluiu.

Dificuldade de saídas na Ásia

Em outro painel na mesma conferência, nesta quinta-feira (2), Jeffrey Jaensubhakij, conselheiro do fundo soberano de Singapura, o GIC, afirmou que o private equity na Ásia ainda enfrenta dificuldades para sair dos investimentos, já que os mercados públicos, com exceção da Índia, não têm oferecido janelas confiáveis de valorização e liquidez.

“O Japão tem sido muito bem-sucedido, com um impulso de governança corporativa com valor agregado. A Coreia está se esforçando bastante. Acredito que isso, entre outras coisas, ajudará esses mercados públicos a ter bom desempenho, permitindo saídas, e o private equity poderá então seguir esse caminho”, disse ele.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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