Guerra Comercial

Após dois dias de reuniões, EUA e China chegam a um acordo para terras raras e aguardam aprovação de Trump e Xi Jinping

11 jun 2025, 5:57 - atualizado em 11 jun 2025, 6:06
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Acordo sobre terras raras depende da aprovação de Donald Trump e Xi Jinping (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

Representantes de Estados Unidos e China chegaram a um primeiro acordo para retomar o fluxo de bens sensíveis entre os países em um plano que agora depende da aprovação dos presidentes Donald Trump e Xi Jinping. A rodada de reuniões em Londres durou dois dias e cerca de 20 horas de negociações.

Desde a trégua conseguida em Genebra, em meados de maio, que foi seguida de novos atritos entre as partes, o plano sobre terras raras construído em Londres é o primeiro passo positivo em busca de um acordo mais abrangente.

O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que ambos os lados estabeleceram uma estrutura para implementar a redução de tarifas estabelecida em Genebra. “Primeiro tivemos que eliminar um pouco da negatividade. Agora podemos seguir adiante e tentar fazer um comércio positivo, um comércio em crescimento”.

Segundo Lutnick, os chineses prometeram acelerar os embarques de terras raras — metais essenciais para empresas automotivas e de defesa dos EUA — enquanto Washington reduziria alguns de seus próprios controles de exportação.

As delegações dos EUA e da China levarão essa proposta aos seus respectivos líderes, segundo o principal negociador comercial chinês, Li Chenggang. As negociações foram “profundas e francas”, disse ele a jornalistas em breves declarações antes da meia-noite.

De acordo com o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, não existe previsão de novas reuniões, mas que os dois lados mantêm comunicação frequente.

Alívio geral (e frágil)

Embora o tom positivo deva tranquilizar investidores preocupados com um possível rompimento entre as duas maiores economias do mundo, os detalhes foram escassos e o acordo ainda pode ser rejeitado pelos líderes.

As discussões também pouco avançaram em questões como o superávit comercial da China com os EUA e a crença em Washington de que Pequim está despejando produtos no mercado americano.

As reuniões em Londres foram organizadas de última hora após Trump ter falado com Xi pela primeira vez desde que assumiu o cargo, tentando evitar um colapso nas relações após acusações de que ambos os lados teriam descumprido o acordo de Genebra. Autoridades dos EUA acusaram a China de atrasar exportações de ímãs, enquanto decisões de Washington sobre novos controles em softwares de design de chips, motores a jato e vistos estudantis irritaram Pequim.

Lutnick sugeriu que encontraram uma maneira de superar o impasse.

“Havia várias medidas que os Estados Unidos impuseram quando aquelas terras raras pararam de chegar,” disse ele. “Vocês devem esperar que essas medidas sejam retiradas — como o presidente Trump disse, de forma equilibrada.”

A flexibilização dos controles de exportação pelos EUA é “sem precedentes”, escreveu Wendy Cutler, ex-negociadora comercial dos EUA, agora no Asia Society Policy Institute, no LinkedIn, apontando também para a fragilidade do atual arranjo.

Foram necessários dois dias, três membros do gabinete americano e um vice-premiê chinês para retomar a implementação do acordo de Genebra, acrescentou Cuttler lembrando que autoridades de ambos os lados tem 60 dias para fechar acordos sobre capacidade excessiva, práticas comerciais desleais e o fluxo de fentanil.

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br
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