BRF (BRFS3) espera que China e UE retomem compra de frango do Brasil

Executivos da BRF (BRFS3) afirmaram que China e União Europeia retomarão a compra de produtos de frango do Brasil “em questão de dias ou semanas”. As falas foram feitas durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25).
Para os diretores, a liberação se dará logo, uma vez que as autoridades locais controlaram um surto de gripe aviária. A descoberta de focos da doença desencadeou proibições comerciais no segundo trimestre.
O primeiro caso de gripe aviária no Brasil em uma granja comercial em maio passado provocou uma série de restrições comerciais, que foram gradualmente suspensas pelos importadores à medida que o maior exportador de carne de frango do mundo controlava o surto.
O governo declarou o Brasil livre da doença, que é altamente contagiosa, em junho.
A administração da companhia disse que os estoques aumentaram acima dos níveis desejáveis devido às restrições à exportação, uma situação que a BRF pretende resolver no curto prazo.
“Quando esses dois mercados forem reabertos, voltaremos aos níveis de estoque mais próximos de zero”, disse o CEO da BRF, Miguel Gularte, a um analista. “É nossa filosofia não manter estoques sem vendas.”
A BRF descreveu a China e a Europa como mercados “extremamente importantes”.
BRF saudou países que já retomaram compras
Na quinta-feira, a administração havia saudado a decisão da Arábia Saudita e do Chile de retomarem as compras, citando divulgações oficiais do governo.
A BRF disse que redirecionou alguns cortes de frango normalmente vendidos para a China para outros mercados. As exportações de produtos de aves da empresa caíram 5% no último trimestre, em comparação com uma queda geral de 15% nas exportações brasileiras.
O Goldman Sachs disse que os resultados da BRF foram surpreendentemente positivos, dado o cenário desafiador.
As ações da empresa subiram quase 4% por volta das 13h.
A Genial Investimentos escreveu que, apesar dos efeitos da gripe aviária, as margens da BRF e os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), “superaram as expectativas”.
Executivos da companhia afirmaram também que os preços mais baixos dos grãos, especialmente do milho, reduzirão os custos de produção e ampliarão as margens durante o terceiro e quarto trimestres.