Internacional

Após novo recorde na inflação, BCE fica sem saída e deve elevar juros em 0,75 pp na semana que vem

31 ago 2022, 13:41 - atualizado em 31 ago 2022, 13:41
A reunião do BCE está marcada para a próxima quinta-feira (8). (Imgem: Olivier Matthys/Pool via REUTERS)

Os dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (31) pela agência de estatísticas Eurostat mostram que a inflação anual na Zona do Euro bateu um novo recorde de 9,1%. O resultado superou a máxima histórica de julho, de 8,9%.

A alta no indicador é a primeira desde que o Banco Central Europeu subiu as suas taxas de juros pela primeira vez em 11 anos. O reajuste foi de 0,50 ponto porcentual e, antes dos dados de hoje, parte do mercado apostava em uma nova alta no mesmo patamar.

No entanto, as projeções começaram a mudar. “Os novos aumentos da inflação e do núcleo em agosto, e a probabilidade de que continuem subindo, aumentarão a pressão sobre o BCE para acelerar o ritmo de aperto”, afirma Jack Allen-Reynolds, economista sênior da Capital Economics para Europa, em relatório.

As apostas agora estão em 0,75 pp – por enquanto, não se fala em um movimento mais agressivo de 1 pp. A reunião do BCE está marcada para a próxima quinta-feira (8).

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Por mais que a alta nos preços de energia e alimentos sejam o que mais puxam a inflação na Europa, os economistas se surpreenderam com o avanço de 4% para 4,3% no núcleo, já que o dado exclui a volatilidade desses dois grupos.

Para Bert Colijn, economista sênior do ING para Zona do Euro, a grande surpresa foi com a alta nos serviços e bens. “A principal preocupação é o aumento surpresa da inflação de bens. O aumento de 4,5% para 5% foi muito maior do que o esperado e alimenta as preocupações sobre os efeitos de segunda ordem do choque de custo de insumos que dura mais tempo.”

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Próximos meses

Além da alta de 0,75 pp em setembro, o Goldman Sachs espera por uma elevação de 0,50 pp em outubro, seguida de dois reajustes de 0,25 pp – para uma taxa terminal de 1,75%, ante os 1,5% projetados até então.

“Embora uma recessão mais acentuada ou um retorno do estresse soberano possa levar a um fim mais cedo do ciclo de alta, vemos riscos inclinados para uma taxa terminal mais alta no caso de pressões inflacionárias mais persistentes e efeitos de segunda ordem mais fortes”, diz em relatório.

As expectativas são de que a inflação na Europa chegue aos dois dígitos e ultrapasse os 10% antes do final do ano.

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Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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