Após o julgamento de Bolsonaro, mercado deve ser impactado pela escolha de seu sucessor, afirma especialista
O julgamento de Jair Bolsonaro segue a todo vapor no Supremo Tribunal Federal (STF), já com o relator, ministro Alexandre de Moraes, votando pela condenação do ex-presidente e outros sete réus por tentativa de golpe Estado.
No Giro do Mercado desta terça-feira (9), a jornalista Paula Comassetto recebeu Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, para comentar sobre os impactos do julgamento para o mercado financeiro.
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Na visão de Cruz, após uma eventual condenação, poderá ser concretizado o verdadeiro impacto para o eleitorado de Bolsonaro, muito significativo de acordo com as pesquisas eleitorais mais recentes.
“O julgamento tem impactos bem relevantes para os próximos anos. A grande dúvida fica sobre quem disputará as eleições presidenciais do ano que vem. Por mais que ainda falte mais de um ano, o investidor quer ver os cenários prováveis e precificar”, afirmou.
Segundo o especialista, a declaração de voto de Bolsonaro deve carregar um grande impacto eleitoral para os possíveis candidatos que buscam representar a oposição.
Em relação à possibilidade de novas sanções por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Cruz acredita que as empresas americanas exerceram seu poder de barganha e fechou a janela para elevações de tarifas. As únicas possibilidades seriam novas sanções pessoais.
O especialista também comentou sobre outros assuntos que mexem com o mercado brasileiro, como a saída de estrangeiros na bolsa no último mês.
Para ele, as empresas da bolsa brasileira estão sendo penalizadas por um cenário macroeconômico adverso, devido a desaceleração da economia, dívida pública elevada e recente impasse tarifário com os EUA.
Sobre o câmbio, Cruz destaca que o índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda frente a outras divisas mais fortes, deve oscilar até o final do ano, a depender do rumo da política monetária instituída pelo Federal Reserve.
No meio corporativo, o estrategista ressaltou as sinergias entre BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), que devem concluir sua fusão no dia 22 de setembro, e falou sobre o investimento da Petrobras (PETR4) na foz do Amazonas.
“Já é bem compreendido pelos investidores que a margem equatorial tem grande potencial. A tendência é que essa seja a grande fonte de receitas da Petrobras nos próximos 10, 15 anos”, disse Cruz.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos e internacionais. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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