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Após trimestre fraco em volumes, Ambev (ABEV3) diz quando vai retomar volumes; o que fazer com as ações?

31 jul 2025, 15:13 - atualizado em 31 jul 2025, 15:13
(Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O clima adverso e a pressão sobre o consumo derrubaram os volumes da Ambev (ABEV3) no segundo trimestre de 2025 (2T25), marcando a maior retração desde a pandemia.

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Ainda assim, a companhia registrou lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, alta de 15% na comparação anual, sustentada por margens resilientes e disciplina financeira.

Durante a teleconferência de resultados, a companhia destacou que três quartos do recuo de volumes no Brasil vieram de fatores climáticos, especialmente em junho, quando temperaturas 2 a 4 graus abaixo da média histórica afetaram regiões que respondem por 60% da indústria.

Além disso, o consumo das marcas do segmento core sofreu mais, por depender de ocasiões fora de casa, enquanto o portfólio premium mostrou maior resiliência.

Os resultados mostraram que os volumes totais caíram 4,5%, para 39,57 milhões de hectolitros, pressionados por uma indústria mais fraca no Brasil e na América Central e Caribe, parcialmente compensada pelo crescimento na América Latina Sul e no Canadá.

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Apesar do cenário desafiador, a Ambev ressaltou que não há sinais de mudança estrutural na demanda, e que julho já trouxe sinais de recuperação com clima mais favorável.

A gestão também reafirmou confiança em entregar margens sustentadas no segundo semestre, apoiada em três pilares: fortalecimento das marcas, digitalização do negócio e ganhos de produtividade.

A companhia segue apostando em gestão de receita disciplinada, com reajustes alinhados à inflação, e na racionalização do portfólio, que reduziu em 10% o número de SKUs (Stock Keeping Units, ou Unidades de Manutenção de Estoque) em 2025 para elevar a produtividade das cervejarias.

O avanço do marketplace digital também chamou atenção, com crescimento de 90% no trimestre e margem de 15%.

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“Estamos mais bem preparados para o segundo semestre do que no início do ano, com marcas mais fortes e operações mais eficientes”, afirmou Carlos Lisboa, CEO da Ambev.

A expectativa da companhia é que o alívio do clima e a melhora gradual na renda disponível do consumidor impulsionem volumes e sustentem o crescimento na segunda metade do ano.

O que dizem os analistas?

O balanço da Ambev no segundo trimestre de 2025 teve avaliações mistas entre os principais bancos.

O BB Investimentos destacou a melhora na lucratividade, especialmente nas regiões da América Central e Caribe (CAC) e América Latina Sul (LAS), apesar da queda nas vendas, principalmente no Brasil.

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A receita com cervejas no Brasil caiu 3,5%, devido à redução de 8,9% no volume vendido, parcialmente compensada pelo aumento de 6% no preço por hectolitro (hl).

O BTG Pactual ressaltou que a Ambev teve um bom controle de custos e aumento do lucro operacional para R$ 6,2 bilhões, um crescimento de 8% no resultado orgânico.

Porém, o banco chamou a atenção para a queda de 9% nas vendas de cerveja no Brasil — a pior desde 2020.

O Itaú BBA, por sua vez, avaliou o resultado como “negativo”, destacando o desafio de aumentar os preços em um cenário de custos que sobem rápido.

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O resultado operacional ficou próximo do esperado, mas o banco está cauteloso quanto à capacidade da Ambev de manter margens e vendas.

Com tudo, o anúncio do pagamento de dividendos foi visto como positivo, mas o Itaú quer mais clareza sobre os planos financeiros da empresa antes de mudar sua opinião.

O Conselho de Administração aprovou, em 30 de julho, proventos de aproximadamente R$ 2 bilhões, com pagamento previsto para outubro.

E as ações da Ambev, valem a pena?

As ações da Ambev tiveram valorização de cerca de 14% em 2025 até o fim de julho, mas perderam parte desses ganhos por causa das preocupações dos investidores com a concorrência e a situação econômica.

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Os resultados do 2T25 também não ajudaram, as ações despencam na bolsa nesta quinta-feira (31).

Por volta das 14h40 (horário de Brasília), os papéis recuavam 5,78%, a R$ 12,39.



Os analistas concordam em manter uma visão cautelosa. Embora a empresa tenha apresenta melhora nos resultados e tenha caixa confortável, as dúvidas sobre a queda nas vendas e o impacto dos aumentos de preços em um mercado sensível pesam na recomendação.

O preço atual das ações, baseado nos lucros esperados para 2025, reflete essa cautela.

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Por isso, os bancos indicam que os investidores esperem por sinais mais claros de recuperação antes de apostar forte nas ações da Ambev.

O BB chegou a rebaixar a recomendação para “Neutra”, por dúvidas sobre a capacidade da empresa de aumentar vendas e lucratividade ao mesmo tempo.

O BTG alertou que pode ser difícil manter esses aumentos de preço em um mercado tão competitivo e também manteve a recomendação “Neutra”, dizendo que a avaliação atual das ações não é atraente. O Itaú BBA também tem a mesma avaliação.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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