Apple (AAPL34) eleva investimento nos EUA para US$ 600 bilhões e ‘faz as pazes’ com Trump

A Apple (AAPL34) anunciou na última quarta-feira (6) um aumento do seu pacote de investimentos nos Estados Unidos em mais US$ 100 bilhões, totalizando US$ 600 bilhões para os próximos quatro anos.
De acordo com o Yahoo Finance, a medida parece ter sido suficiente para que a empresa volte a ter uma boa relação com o presidente Donald Trump, afastando a ameaça iminente de novas tarifas sobre seus produtos.
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O anúncio foi feito pelo CEO da Apple, Tim Cook, durante um evento no Salão Oval da Casa Branca. A decisão vem logo após Trump ameaçar impor uma tarifa de 25% sobre os iPhones fabricados no exterior e uma potencial tarifa de 100% sobre semicondutores, que não teve detalhes especificados, como prazo ou alcance.
Na ocasião, Trump declarou que a Apple, assim como outras empresas que investem nos EUA, estaria isenta da tarifa de 100% sobre semicondutores.
Além disso, a Casa Branca indicou que a empresa “escaparia em grande parte” de uma planejada tarifa de 50% sobre as exportações vindas da Índia.
A tarifa para os indianos é uma questão particularmente sensível para a Apple, já que a empresa havia transferido grande parte da fabricação de iPhones destinados aos EUA da China para a Índia, justamente para evitar as tarifas impostas por Trump sobre produtos chineses.
A manobra irritou o presidente, mas o novo investimento de US$ 600 bilhões parece ter apaziguado os ânimos. Questionado sobre a fabricação de iPhones em solo americano, Trump minimizou a questão, destacando que os investimentos da Apple no país são incomparáveis.
O “Manual” da Apple para lidar com Trump
Esta não é a primeira vez que a Apple usa investimentos estratégicos para navegar nas turbulentas águas da política tarifária de Trump.
Conforme aponta a matéria do Yahoo Finance, a empresa tem um histórico de sucesso em evitar grandes perdas financeiras através de negociações diretas e compromissos de investimento.
Em 2017, a Apple anunciou um Fundo de Manufatura Avançada de US$ 1 bilhão para investir em empresas americanas. No ano seguinte, em meio a ameaças de uma guerra comercial, a empresa prometeu contribuir com US$ 350 bilhões para a economia dos EUA.
A medida coincidiu com a repatriação de US$ 250 bilhões e, segundo reportagens da época, ajudou a garantir uma isenção tarifária para o iPhone.
Já em 2019, a empresa novamente conseguiu evitar tarifas sobre os iPhones fabricados na China e anunciou a produção do seu computador Mac Pro em uma fábrica no Texas, um evento que rendeu fotos de Tim Cook ao lado de Trump.
Apesar do iPhone ter escapado das tarifas, produtos como os AirPods e o Apple Watch foram atingidos em 2019, embora a empresa tenha conseguido uma isenção para o relógio em 2020.
O Yahoo Finance destaca a mão firme de Cook e sua relação relativamente amigável com o presidente, em nítido contraste com os CEOs da Google (GOGL34) e da Meta (M1TA34), que frequentemente entraram em conflito com Trump.
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