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Apreensão sobre coronavírus mantém volatilidade e Ibovespa recua mais de 2%

05 mar 2020, 13:09 - atualizado em 05 mar 2020, 13:09
Ibovespa Mercados
Às 13:06, o Ibovespa caía 2,30%, a 104.457,16 pontos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A bolsa paulista operava em queda nesta quinta-feira, em linha com os pregões na Europa e índices acionários norte-americanos, em meio à volatilidade gerada pelas incertezas sobre o efeito do surto de coronavírus na atividade econômica global.

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Na cena corporativa os destaques estão na troca de comando da resseguradora IRB Brasil RE, afetada por crise de confiança, e resultado trimestral da CSN, com lucro acima do esperado pelo mercado, além de evento da Ultrapar com analistas e investidores.

Às 13:06, o Ibovespa (IBOV) caía 2,30%, a 104.457,16 pontos. O volume financeiro somava 6,9 bilhões de reais.

“No atual estágio do ciclo, será difícil de explicar ou prever todos os movimentos do mercado”, afirmou o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, em nota a clientes, avaliando que a dinâmica dos mercados parece muito com uma de fim de ciclo ou de crise econômica e/ou financeira.

“Este ainda não é o cenário base, mas seria extremamente arrogante de minha parte ignorar estes sinais”, afirmou, acrescentando que as perspectivas para o crescimento global, assim como o avanço do coronavírus, vetores intimamente ligados, devem dar o tom do humor global a risco.

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O aumento da incerteza do cenário externo, combinado com a perspectiva de menor crescimento no Brasil, fez a XP Investimentos cortar previsão para o Ibovespa no final 2020 de 140.000 para 132.000 pontos, embora a estimativa para o final de 2021 tenha sido mantida em 140.000.

“Vemos impactos negativos no curto prazo para a bolsa brasileira, tanto em potencial impacto nos lucros quanto no múltiplo de avaliação (Preço/Lucro)”, afirmou o estrategista-chefe, Fernando Ferreira, em relatório enviado a clientes na noite de quarta-feira.

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Destaques

IRB (IRBR3) perdia 4,9%, mesmo após troca de comando da resseguradora, bem como promessa de encerramento de programa de bônus por valorização da ação a executivos e sinalização de revisão nos guidances para 2020. A empresa, porém, disse que não tem plano de mudar a sua política de contabilidade. As mudanças vêm em meio a uma crise de confiança na companhia, que culminou na queda de 32% das ações no fechamento da véspera.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) perdiam 5,8% e 6,1%, respectivamente, afetadas pela valorização do dólar ante o real, renovando cotação nominal recorde, chegando a 4,6305 reais na máxima do dia para venda até o momento. Além disso apreensões sobre o efeito negativo da disseminação global do novo coronavírus na demanda por viagens afeta a confiança dos investidores. CVC Brasil (CVCB3) mostrava declínio de 5,7%.

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Ultrapar (UGPA3) recuava 5,8%, tendo no radar Investor Day da empresa, onde, entre outros pontos, anunciou que a Ipiranga deve adicionar de 200 a 250 novos postos à sua rede em 2020.

CSN (CSNA3) tinha alta de 0,4%, em desempenho melhor do que suas rivais Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4), que caíam cerca de 2%. A siderúrgica de Volta Redonda (RJ) reportou na noite da véspera balanço trimestral com lucro acima do esperado por analistas. Em teleconferência, executivos da companhia também afirmaram que a CSN elevou os preços a partir de março para distribuição e construção em 10%. Também afirmaram que a companhia avalia a possibilidade de fazer um IPO da área de mineração e deve fazer novo aumento de preços de aço no segundo trimestre.

Vale (VALE3) cedia 1,6%, contaminada pelo clima mais negativo a ativos de risco no exterior, acompanhando suas pares negociadas na Europa.

Petrobras (PETR4) tinha queda de 1,2%, também na esteira da maior aversão a risco, além de fraqueza dos preços do petróleo Brent no exterior.

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Itaú Unibanco (ITUB4) recuava 1,9% e Bradesco (BBDC4) perdia 1,25%, pesando no Ibovespa e sofrendo com o viés mais vendedor do mercado, que derrubava todo o setor.

Smiles (SMLS3)caía 4,1%. A empresa de programa de fidelidade, controlada pela Gol, disse mais cedo que assembleia geral extraordinária da companhia nesta quinta-feira não foi instalada em primeira convocação por falta do quórum necessário. A Gol, por sua vez, disse que sua AGE sobre a reorganização da companhia estava mantida para as 14h.

Raia Drogazil (RADL3) avançava 2,4%, entre as poucas altas da sessão, tendo de pano de fundo o surto de Covid-19, com 4 casos da doença confirmados no Brasil e 530 suspeitos.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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