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Archer-Daniels-Midland quer rastrear toda soja comprada do Brasil até 2022

17 mar 2021, 9:31 - atualizado em 17 mar 2021, 9:31
Consumidores estão cada vez mais preocupados com o impacto social e ambiental do carrinho de compras e têm exigido mais informações sobre a procedência dos alimentos (Imagem: Pixabay)

A Archer-Daniels-Midland pretende rastrear até 2022 toda a soja comprada do Brasil, o maior exportador da commodity, em mais uma da série de promessas feitas pelas maiores operadoras de commodities agrícolas do mundo.

A empresa de Chicago, que representa a letra ‘A’ no quarteto de tradings agrícolas que dominam o mercado, disse que a mudança permitirá originar soja apenas em regiões que não foram desmatadas ou que não sofreram conversão de terras, disse o diretor financeiro Ray Young em evento virtual organizado pelo Financial Times.

Consumidores estão cada vez mais preocupados com o impacto social e ambiental do carrinho de compras e têm exigido mais informações sobre a procedência dos alimentos e se foram produzidos de forma ética.

Tradings de soja estão sob pressão de empresas de alimentos e varejistas por sua contribuição para o desmatamento nas regiões do Cerrado e da Amazônia.

“Em 2022, teremos 100% de rastreabilidade em termos de toda a soja que compramos na América do Sul”, disse Young. “Poderemos originar apenas em regiões que não têm desmatamento ou conversão de terras” e influenciar a forma como a soja é plantada no Cerrado, afirmou.

A meta da ADM é para toda a soja comprada do Brasil, incluindo a que adquire de terceiros, disse Young. O compromisso tem um dos prazos mais ambiciosos do setor. A Cofco International, braço de trading da maior empresa de alimentos da China, prometeu rastreabilidade total até 2023, enquanto outras operadoras tentam medir o avanço de maneiras diferentes.

“Ao fazer isso como líder, na verdade incentivamos práticas sustentáveis de todos os agricultores da região”, disse sobre a meta. “Temos um papel significativo a desempenhar em termos de incentivo de práticas agrícolas sustentáveis no mundo.”

A ADM há anos tem reduzido o peso do comércio de commodities agrícolas a granel para a fabricação de alimentos com margens mais altas. A empresa espera que, até 2050, a unidade de nutrição, que inclui o segmento de proteínas à base de plantas, se torne tão grande ou até maior do que o tradicional negócio de compra e embarque de produtos agrícolas.

“Simplesmente não podemos contar com proteínas de origem animal no futuro”, disse o executivo, destacando a contribuição da pecuária para as emissões globais com o crescimento da população.

A ADM diz que agora é a maior fornecedora de proteína vegetal do mundo. A empresa também avança em proteínas à base de células e microbianas, bem como algas e insetos.

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