Argentina: Bolsa cai mais de 3% após ‘Pix’ de US$ 20 bi dos EUA ser suspenso e colocar em xeque Milei; entenda
O índice S&P Merval, o principal da bolsa da Argentina, opera em queda de cerca de 3,6% nesta sexta-feira (21) após o anúncio de que o plano de ajuda de US$ 20 bilhões dos Estados Unidos para o país de Javier Milei está em stand by.
Voltando alguns passos, em outubro deste ano, o Tesouro dos Estados Unidos chegou a um acordo voltado à estabilização cambial da Argentina no valor de US$ 20 bilhões. O montante seria garantido por instituições como JP Morgan, Bank of America (BofA) e Citigroup.
O acordo ocorreu poucos dias antes das eleições de meio de mandato, nas quais o bloco de Milei surpreendeu com uma vitória sobre a oposição.
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Contudo, o The Wall Street Journal informou ontem (20) que o plano de empréstimos seria reduzido de US$ 20 bilhões para US$ 5 bilhões. Além disso, as negociações estariam pausadas, dado que, acima de tudo, o acordo é controverso entre especialistas.
Mas vale dizer que parte da aversão ao risco se deve a um movimento de defesa dos investidores.
Isso porque as negociações das ações argentinas seguem nesta sexta-feira, porém sem liquidação. As operações de hoje e da próxima segunda-feira (24) serão liquidadas somente na terça-feira (25), o que explica parte da queda do dia.
Argentina, Estados Unidos e um ‘Pix’ de US$ 20 bilhões
Quando o acordo foi anunciado, o objetivo principal era estabilizar — ainda que momentaneamente — as contas da Argentina, aumentando a liquidez do sistema financeiro local.
O próprio presidente dos EUA, Donald Trump, ao fazer o anúncio, afirmou que, caso Javier Milei perdesse as eleições, a ajuda externa do Tesouro estaria suspensa. Com a vitória do partido do argentino, o La Libertad Avanza (LLA), o auxílio era dado como certo.
No entanto, desde o anúncio do acordo, alguns analistas já sinalizaram que a ajuda externa melhoraria apenas momentaneamente a situação argentina, e não de maneira estrutural.
Além disso, os Estados Unidos já haviam garantido dois empréstimos ao país — um via swap cambial, que seria feito via Tesouro junto com bancos locais, e outro voltado à compra de dívida da Argentina — que totalizaram US$ 40 bilhões para ajudar a compor as reservas argentinas.
A compra de títulos argentinos pode “não ser um bom negócio a longo prazo”, disseram analistas à época.
*Com informações da Reuters e do Ámbito Financeiro.