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Arroz contrata inflação futura em plena safra e mercado olha 2020 pelo retrovisor

17 fev 2022, 14:55 - atualizado em 17 fev 2022, 16:47
Arroz Grãos Agricultura Lavoura
Inflação do arroz é cenário previsível a partir de março pela menor oferta gaúcha aos supermercados

Tem arroz novo começando a entrar no mercado. E já tem inflação contratada para março em diante.

A colheita oficialmente começou ontem no Rio Grande do Sul, mas alguns trabalhos já vêm em andamento na principal safra brasileira, com preços que saltaram de R$ 60 a base palha – ou seja, o vendido na porteira – para R$ 80 nesta semana.

E chance de subir mais, mesmo com a oferta aumentando, há e muito.

Lembra a soja brasileira. A nova chega mais cara em plena colheita também.

A quebra de safra já favorece a especulação, com as indústrias correndo para repor os estoques antes que as cotações acelerem e antes, também, que acabem os estoques promocionais do varejo, explica o analista Vlamir Brandalizze.

A perda esperada, depois de tanta seca e calor no Sul, que abalroaram também a soja, é de 1,2 milhão de toneladas de arroz, porém Brandalizze amplifica a expectativa de produtores, que falam em 2 milhões/t.

Na melhor das duas, 10 milhões/t de produção.

‘Inflação do arroz’, alguém se lembra das manchetes de 2020?

A inflação não reproduzirá o caso de dois anos atrás, quando as exportações saltaram em plena pandemia (os países produtores da Ásia seguraram os embarques para manterem o grão em suas terras), e talvez não seja tão explosiva quanto o foi então, mas será sentida nas camadas sociais mais baixas.

Aquelas que o CEO da Brandalizze Consulting está vendo puxar a demanda com a segunda parcela do Auxílio Brasil.

E não adianta importar para suprir os espaços.

A safra também é ruim na Argentina, Paraguai e Uruguai, vizinhos fornecedores que também saíram de seca brava, então tem tonelada valendo US$ 300, observa o consultor. Ou seja, esqueçamos as importações.

A garantia para os produtores, inclusive de outros estados – no Tocantins e Mato Grosso, por exemplo, a saca subiu de R$ 100 para R$ 105 e de R$ 90 para R$ 100 -, é que a situação reverta 2021.

Depois do boom de 2020, os arrozeiros partiram para produzir mais, encararam tecnologias e aumento de áreas, mas o mercado internacional recuou, e os preços despencaram.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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