As 10 conversas que podem mudar sua relação com o chefe (e seu futuro profissional)
Profissionais qualificados, com histórico de alta entrega e boa reputação interna, ainda podem enfrentar um obstáculo recorrente em sua carreira: a dificuldade de entender o que seus gestores realmente esperam. Alguns acabam deixados de fora de projetos relevantes ou promoções; outros se desgastam com a dinâmica interna da empresa.
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Para Melody Wilding — terapeuta, professora de comportamento humano e coach executiva que já orientou funcionários do Google, Amazon e diversas empresas da Fortune 500 — a origem desse tipo de problema costuma ser única: a falta de habilidade para “gerenciar para cima”.
É o tema central de seu livro Managing Up: How to Get What You Need from the People in Charge, no qual Wilding defende que navegar estrategicamente a relação com superiores — e não apenas cumprir tarefas — tornou-se uma competência essencial no mercado corporativo atual.
A expressão pode parecer antiquada, mas, para a autora, não tem nada a ver com bajulação. O ponto é entender estilos, alinhar expectativas e construir influência de maneira inteligente — habilidades fundamentais tanto para sobreviver quanto para crescer em ambientes altamente competitivos.
As 10 conversas que moldam sua trajetória
Wilding organiza sua abordagem em dez conversas essenciais, que, segundo ela, diferenciam quem apenas “se vira” de quem realmente assume controle da própria carreira. São práticas contínuas, não interações pontuais.
1. Conversa de alinhamento
Compreender como seu trabalho se conecta às prioridades do gestor, o que significa gerar valor e quais metas realmente importam.
2. Conversa sobre estilos
Identificar como seu chefe se comunica, toma decisões e lida com pressão, enquanto declara suas próprias necessidades com clareza.
3. Conversa de responsabilidade
Abandonar a postura júnior de apenas executar e começar a apresentar ideias e soluções consistentes.
4. Conversa sobre limites
Aprender a dizer “não” de forma estratégica, evitando sobrecarga sem prejudicar sua imagem profissional.
5. Conversa de feedback
Oferecer críticas construtivas para cima, lidar com comentários inadequados e evitar retaliações.
6. Conversa de networking interno
Mapear influenciadores além do chefe direto e ampliar o capital social dentro da organização.
7. Conversa sobre visibilidade
Garantir que resultados — e não apenas esforço — sejam reconhecidos. Inclui técnicas de storytelling e estratégias para lidar com apropriação de crédito.
8. Conversa de promoção
Se posicionar para assumir novas responsabilidades, alinhando objetivos pessoais às necessidades da empresa.
9. Conversa sobre dinheiro
Negociar salário, reajustes e benefícios sem medo ou estigma.
10. Conversa de saída
Encerrar ciclos em bons termos, preservando reputação e relacionamentos — ativos valiosos no longo prazo.
A regra de ouro: adaptar antes de agir
Nenhuma dessas conversas funciona em modo automático. Cada chefe opera de forma distinta e cada empresa tem seu próprio ecossistema.
Por isso, Wilding descreve quatro perfis comuns de liderança: Comandante, Líder de Torcida, Zelador e Controlador — e propõe estratégias diferentes para cada caso, sempre apoiadas em inteligência emocional e autonomia profissional.
O objetivo não é agradar o chefe, e sim entender como ele funciona para influenciar com mais eficiência.
Antes de gerenciar sua carreira para cima, saiba o que você quer
Um princípio central do livro é a necessidade de clareza pessoal. Wilding sugere que o profissional imagine como seria seu “melhor dia de trabalho” daqui a um ano.
Esse exercício ajuda a revelar prioridades, limites e ambições, e facilita a preparação para as conversas essenciais.
“Antes de alinhar com os outros, você precisa alinhar consigo mesmo”, escreve a autora.
Comece pequeno, mas comece
Essas conversas podem intimidar até profissionais experientes. Por isso, Wilding recomenda avançar gradualmente: um ajuste por vez, um limite por vez, um pedido claro por vez.
O resultado, segundo ela, vai além de melhorar a relação com seus superiores. O impacto está na mudança de perspectiva: o profissional deixa de ser refém do humor ou das decisões alheias e passa a atuar como protagonista da própria carreira.
No fim das contas, gerenciar para cima não é agradar chefes — é construir clareza, influência e autonomia.