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As 5 principais notícias do mercado internacional desta sexta-feira

06 mar 2020, 9:59 - atualizado em 06 mar 2020, 9:59
Mercados Wall Street NYSE
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na sexta-feira, 6 de março (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

Os mercados estão desmoronando em todo o mundo diante do coronavírus, com o petróleo assumindo a liderança de perdas.

A Rússia recusa o acordo da Opep de cortar mais 1,5 milhão de barris por dia no nível de produção de petróleo entre membros da Opep e seus aliados na Opep+ – que inclui a Rússia.

O relatório do mercado de trabalho dos EUA para fevereiro – conhecido como payroll – será divulgado, mas provavelmente será ignorado por ser considerado histórico demais, dado o foco dos mercados nos danos que o novo coronavírus ainda pode causar à economia mundial.

E o quarto maior banco da Índia entrou em colapso.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na sexta-feira, 6 de março

1. Petróleo cai enquanto Rússia diz não para corte da Opep

Os contratos futuros de petróleo despencaram quando a Rússia se recusou a apoiar a proposta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de reduzir a produção em 1,5 milhão de barris adicionais por dia.

Os membros Opep, liderados pela Arábia Saudita, haviam concordado com a proposta de corte na oferta na quinta-feira. O cartel está desesperado para manter os preços da commodity em patamares elevados.

A proposta de redução na oferta é uma resposta à queda da demanda no primeiro trimestre devido ao surto de coronavírus. As principais agências estimam que a demanda não deve crescer neste ano por causa da propagação do Covid-19.

A Reuters citou fontes não identificadas dizendo que a Rússia só concordaria em estender o atual acordo de restrição à produção – de corte de 700 mil barris por dia -, argumentando que medidas fiscais para apoiar a demanda ainda podem ser tomadas por governos em todo o mundo.

Às 9h00 (horário de Brasília), o petróleo Brent caía 4,5%, para US$ 47,74 por barril, tendo atingido anteriormente uma baixa intradiária de US$ 47,02. Os contratos futuros de petróleo dos EUA – WTI – perdiam 4,73%, para US$ 43,73, com a mínima do dia em US$ 43,28.

2. Queda generalizada das ações pelo mundo continua à medida que os rendimentos dos títulos atingem mínimos recordes

A aversão ao risco continuou inalterada nos mercados globais nesta sexta-feira, empurrando o rendimento do Tesouro de 10 anos dos EUA para um novo recorde mínimo de 0,695% durante a abertura do pregão na Europa. Às 09h05, o rendimento subiu para 0,789%.

As ações europeias perderam bilhões em valor de mercado, com o STOXX 600 caindo 3,54% para 367,30, o DAX alemão caindo 3,51% e o FTSE 100 em Londres caindo 3,2%.

O Ibovespa futuros perde os 100 mil pts com aversão a risco por coronavírus.

O rendimento de referência alemão de 10 anos também atingiu seu recorde histórico de -0,74%.

Os mercados asiáticos também caíram fortemente, com o índice Nikkei do Japão perdendo 2,7%, à medida que o iene continuou subindo em relação ao dólar.

O par USD/JPY caiu para uma mínima de 7 meses, em 105 ienes por dólar, antes de retroceder, com expectativas cada vez mais fortes de cortes adicionais nas taxas de juros do Federal Reserve, que reduzirão o prêmio nominal nas taxas do dólar em relação às moedas consideradas seguras.

3. Ações dos EUA devem abrir acentuadamente mais baixas

As bolsas de valores dos EUA, que lideraram o sentimento de aversão ao risco pelo mundo com a liquidação de quinta-feira, não estão dispostas a reverter a trajetória na sexta-feira.

Todos os três principais índices devem abrir mais de 2% de queda: às 09h10, o contrato futuro do Dow 30 perdia 553 pontos, ou 2,12%, enquanto o contrato S&P 500 Futuros caía 2,31% e o contrato Nasdaq 100 tinha perdas de 2,64%.

As perdas são uma resposta a novos aumentos acentuados no número de casos confirmados de coronavírus na Europa e no Irã.

O número de casos confirmados globalmente agora é superior a 99.000, enquanto o número de mortes registradas é superior a 3.300.

4. Payroll deve ser ignorado com a escalada do coronavírus

Pode ser o relatório de folha de pagamento não-agrícola menos relevante da história recente.

O Bureau of Labor Statistics deve atualizar o mundo sobre o estado do mercado de trabalho dos EUA em fevereiro, mas a realidade é que os mercados agora estão focados apenas na disseminação do coronavírus e na resposta da política global a ele.

Os analistas esperam que o crescimento da folha de pagamento não-agrícola tenha desacelerado para a criação de 175.000 postos de trabalho, ante aumento de 225.000 em janeiro, enquanto os ganhos médios por hora devem subir novamente para 0,3%, tendo enfraquecido para uma mínima de 11 meses em janeiro.

Em outros lugares durante a madrugada, um começo empolgante do ano para pedidos de fábricas alemãs foi igualmente perdido no crescente barulho de pânico, à medida que a Europa relatou grandes saltos em casos confirmados do coronavírus, tornando mais provável a adoção de medidas de saúde pública que enfraqueçam o crescimento.

5. Colapso do quarto maior banco da Índia

A rúpia indiana enfraqueceu-se para uma nova mínima histórica de 74,075 para o dólar, depois que os reguladores da Índia assumiram o controle do quarto maior banco do país, o Yes Bank.

O ministro das Finanças, Nirmala Sitharaman, prometeu que o banco honraria as obrigações com os depositantes, mas as autoridades limitaram as retiradas ao equivalente a menos de US$ 700 no momento.

A notícia vem em um cenário de temores crescentes de que a Índia esteja mal equipada para lidar com o surto de coronavírus, dado seu sistema de saúde limitado e o fraco acesso à água e ao saneamento em seus distritos rurais, em particular.

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