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As perdas e ganhos do agronegócio brasileiro com o conflito na Ucrânia

26 abr 2022, 9:23 - atualizado em 26 abr 2022, 9:28
Agronegócio Agricultura
Guerra na Ucrânia terá um efeito negativo em um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, o agronegócio. Leia a coluna completa. (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Muito se tem discutido sobre as repercussões da guerra na Ucrânia e o potencial do Brasil como potência no agronegócio.

Infelizmente, o conflito terá um efeito negativo em um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira, o agronegócio. 85% de todos os fertilizantes utilizados na agricultura são importados, e cerca de 24% vêm da Rússia e 3% de Belarus.

Soja, milho, trigo e os óleos vegetais experimentaram enorme alta depois dos meados de 2020. A volatilidade acentua a incerteza econômica, reduz o investimento das empresas e, assim o crescimento econômico.

A inflação acelerada em todo o mundo sintetiza o elevado custo social das transformações em curso, muito maior para os países emergentes.

A dependência é significativa. Por isso, a Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento visitou o Irã e o Canadá para diversificar os fornecedores e encontrar parceiros naquele país. Mas, mesmo assim, não se pode esperar que o abastecimento não seja comprometido e os preços subam, afetando diretamente os preços dos alimentos e causando inflação no Brasil.

Por não ser membro da OTAN, o Brasil não vai bloquear exportações para Rússia ou Ucrânia, mas é evidente que haverá dificuldades quanto ao transporte marítimo. Muitas empresas vêm usando países do Oriente Médio para importar fertilizantes, fugindo das restrições impostas à Rússia e exportar produtos via China, apesar das empresas terem receio de fazer negócios por possíveis embargos por parte da Europa e dos Estados Unidos.

O Brasil pode ser beneficiado nas exportações do agronegócio, principalmente soja, milho e proteínas animais, pois os países deverão investir mais em segurança alimentar. A volatilidade cambial tem favorecido aos exportadores.

Com relação ao etanol, também o Brasil poderá ser um grande “player” no mercado internacional, pois os países também procurarão encontrar fontes alternativas aos combustíveis fósseis, além de promover a redução da poluição.

Mas, se formos fazer uma conta de ganhos e perdas do ponto de vista econômico, o Brasil terá mais condições de suplantar a falta de fertilizantes, com os estudos desenvolvidos atualmente pela Embrapa para utilizar outras fontes.

Evidente que as questões ainda prevalecentes ainda continuam a preocupar os exportadores e importadores brasileiros, tais como o caos logístico, choques nas cadeias de suprimentos e o baixo crescimento econômico dos países, estimado pelo Fundo monetário internacional.

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CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
CEO da Alaby & Associados, consultor da PNUD/ONU em counter trade, membro do Conselho de Comex da Fiesp, ex-diretor da Funcex e durante 35 anos foi secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, responsável direto por dezenas de missões institucionais e comerciais, além de participações em feiras, inclusive em apoio ao Itamaraty.
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