Bancos

Ata do BCE mostra que temores de inflação justificam mais aumentos de juros

24 nov 2022, 10:24 - atualizado em 24 nov 2022, 10:24
BCE
“Também ficou claro que os juros precisarão ser elevados ainda mais para atingir um nível que cumpra a meta de médio prazo de 2% do BCE”, mostrou a ata da reunião (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

As autoridades do Banco Central Europeu temiam em sua última reunião de política monetária que a inflação pudesse estar se consolidando, portanto os juros precisavam subir ainda mais, mostrou a ata da reunião de 26 a 27 de outubro nesta quinta-feira.

O BCE elevou os juros naquela reunião em 75 pontos-base, para 1,5%, para conter a inflação alta, elevando seu total de aumentos para 200 pontos-base desde julho, devido ao aperto mais rápido já registrado.

As autoridades também colocaram na agenda a redução do balanço patrimonial de 9 trilhões de euros do banco, ficando mais perto de acabar com uma década de compras de dívida governamentais com o objetivo de reacender a inflação que estava abaixo do objetivo do BCE.

“Também ficou claro que os juros precisarão ser elevados ainda mais para atingir um nível que cumpra a meta de médio prazo de 2% do BCE”, mostrou a ata da reunião.

O BCE acrescentou que algumas autoridades expressaram a opinião de que “o aperto monetário provavelmente precisará continuar depois que a orientação da política monetária for normalizada e mudar para um território amplamente neutro”.

O aumento de 75 pontos-base na taxa foi defendido por uma grande maioria, embora algumas “poucas” autoridades desejassem um movimento menor, de 50 pontos.

Embora o BCE tenha se comprometido firmemente com novos aumentos de juros, os mercados agora esperam um movimento mais modesto de 50 pontos em 15 de dezembro, já que uma série de autoridades sugeriu que uma desaceleração após elevações consecutivas de 75 pontos-base é apropriada.

Mesmo que o BCE desacelere, os mercados veem a taxa de depósito dobrando para 3% no próximo ano, já que a inflação, agora em 10,6%, levará anos, possivelmente até 2025, para cair para a meta de 2% do BCE.

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