Economia

Ata do Copom: Banco Central confirma que pode cortar Selic em agosto; veja o que falta para isso acontecer

27 jun 2023, 9:06 - atualizado em 27 jun 2023, 9:27
Roberto Campos Neto, Política, Selic, Banco central
A expectativa era de uma sinalização de um futuro afrouxamento da Selic já no comunicado, mas o Banco Central não assumiu o compromisso. (Imagem: Pedro França/Agência Senado)

O Banco Central ajustou o tom da ata do Comitê da Política Monetária (Copom), após um comunicado duro. Ao contrário do texto divulgado na semana passada, a autoridade monetária já dá esperanças de um corte da Selic a partir de agosto.

Segundo a ata publicada nesta terça-feira (27), caso a inflação continue em um movimento de queda, abrirá espaço para uma queda na taxa básica de juros. Ainda assim, não são todos os diretores do Banco Central que concordam com o futuro corte.

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“Nesse debate, observou-se divergência no Comitê em torno do grau de sinalização em relação aos próximos passos. A avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”, diz a ata.

Já uma parte dos membros do Copom se mostra mais cautelosa, enfatizando que a dinâmica desinflacionária ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário.

“Para esse grupo, é necessário observar maior reancoragem das expectativas longas e acumular mais evidências de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo”.

A expectativa era de uma sinalização de um futuro afrouxamento na política monetária já no comunicado, mas o Banco Central não chegou a assumir um compromisso com um corte de juros em agosto.

A autoridade monetária espera por uma queda mais acentuada da inflação. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23%, desacelerando-se em relação à alta de 0,61% apurada em abril. Com isso, o indicador acumulou alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior. As projeções são de que junho seja registrada deflação.

Confira na íntegra a ata do Copom

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