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Ata do Copom: Banco Central reforça preocupação com a inflação; veja o que está mantendo a Selic em 15%

11 nov 2025, 8:49 - atualizado em 11 nov 2025, 8:49
banco central PIX inflação selic
BC mantém Selic em 15% e destaca desafios da inflação, com expectativa de restrição monetária prolongada. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Banco Central voltou a destacar sua preocupação com a trajetória da inflação na divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça-feira (11).

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No documento, a autoridade monetária afirmou que o cenário prospectivo da inflação continua desafiador, tanto por fatores externos quanto pela situação da economia doméstica.

“As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes seguiram trajetória de declínio, mas permanecem acima da meta de inflação em todos os horizontes”, diz a ata.

Segundo o Banco Central, a queda das expectativas ocorre principalmente nos horizontes mais curtos, mas agora também se observa movimento em prazos mais longos, com expectativas desancoradas.

Além disso, a inflação de serviços mostrou algum arrefecimento, mas continua resistente, refletindo um mercado de trabalho dinâmico e uma atividade econômica em moderação gradual.

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O BC reforçou que manterá a política monetária em patamar significativamente contracionista por um período prolongado para garantir a convergência da inflação à meta. Na semana passada, o Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira reunião seguida.

Ata do Copom: Confira o que está mantendo a Selic em 15%

Cenário externo

O Banco Central destaca que o ambiente externo ainda é incerto devido à conjuntura e à política econômica dos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.

“Os riscos de longo prazo, como a política comercial norte-americana, a precificação apropriada de fundamentos e a elevação de gastos fiscais em vários países, se mantêm presentes”, diz a ata.

A autoridade monetária observa que negociações comerciais entre Brasil e EUA e a condução da política monetária americana durante o government shutdown aumentam a dificuldade de avaliar a conjuntura atual.

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Economia brasileira

No cenário doméstico, os indicadores mostram, como esperado, moderação no crescimento econômico, mas o mercado de trabalho ainda é dinâmico.

O BC afirma que a política fiscal tem efeito de curto prazo, principalmente estimulando a demanda agregada, e efeito estrutural, que pode impactar a percepção sobre a sustentabilidade da dívida e o prêmio a termo da curva de juros.

O Comitê reforçou que a redução de reformas estruturais, aumento do crédito direcionado e incertezas sobre a dívida pública podem elevar a taxa de juros neutra da economia, prejudicando a eficácia da política monetária e aumentando o custo da desinflação.

O Copom mantém a convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas. “Uma política fiscal que atue de forma contracíclica e contribua para a redução do prêmio de risco favorece a convergência da inflação à meta”, diz.

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O BC também observa que a valorização do câmbio está relacionada parcialmente ao diferencial de juros e à depreciação do dólar frente a outras moedas.

Inflação

Segundo o BC, a inflação cheia e suas medidas subjacentes mostraram algum arrefecimento, mas continuam acima da meta. O Comitê concluiu que, em um cenário de expectativas desancoradas, é necessário manter uma política monetária mais restritiva por mais tempo.

“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida.”

A leitura recente da inflação indica uma dinâmica mais favorável do que se previa no início do ano. O câmbio mais apreciado e o comportamento mais benigno das commodities reduziram a inflação de bens industrializados e alimentos.

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A inflação de serviços também apresentou algum arrefecimento, mas continua resistente, acompanhando o mercado de trabalho e a moderação gradual da atividade. Mantém-se a necessidade de política monetária contracionista por período prolongado.

No cenário de referência, as projeções de inflação acumulada em quatro trimestres para 2025 e 2026 são, respectivamente, 4,6% e 3,6%. Para o horizonte relevante de política monetária (2º trimestre de 2027), a projeção com base na pesquisa Focus permanece acima da meta, em 3,3%.

Quanto aos riscos, o cenário de maior incerteza apresenta mais volatilidade do que o usual, tanto para alta quanto para baixa da inflação.

Riscos de alta:

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  • Desancoragem das expectativas por período prolongado;
  • Inflação de serviços mais resiliente que o previsto;
  • Conjuntura de políticas econômicas externas e internas com impacto inflacionário maior, como câmbio persistente mais depreciado.

Riscos de baixa:

  • Desaceleração econômica doméstica mais forte que o projetado;
  • Desaceleração global devido a choques comerciais e maior incerteza;
  • Redução nos preços das commodities, com efeito desinflacionário.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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