Internacional

Ata do Fed deve jogar luz sobre divisão em torno de tarifas e perspectivas para os juros dos EUA

09 jul 2025, 10:37 - atualizado em 09 jul 2025, 10:37
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(Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque/File Photo)

A ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) de 17 e 18 de junho será divulgada nesta quarta-feira (9) em meio à expectativa de que o documento mostre um banco central dividido, lutando com o impacto econômico esperado do aumento dos impostos de importação dos Estados Unidos (EUA) e relutante em se comprometer com cortes nas taxas de juros até que fique mais claro o quanto os aumentos de tarifas do governo de Donald Trump aumentarão a inflação.

O diretor do Fed Christopher Waller e a vice-presidente de Supervisão, Michelle Bowman, ambos nomeados pelo presidente Donald Trump durante seu primeiro mandato na Casa Branca, já disseram que considerariam a possibilidade de cortar a taxa de juros de referência já na reunião de 29 e 30 de julho do banco central.

A ata da sessão de junho, que será divulgada às 15h (horário de Brasília), deverá indicar se outros formuladores de política monetária compartilham da opinião de que os impactos das tarifas sobre os preços provavelmente terão vida curta, o que sustentou a perspectiva das sete autoridades do Fed que não preveem taxas mais baixas em 2025 e se houve sérias preocupações sobre a força do mercado de trabalho.

No mês passado, o Fed manteve sua taxa de juros estável na faixa de 4,25% a 4,50%, que vem mantendo desde dezembro.

Divulgadas três semanas após cada reunião, as atas são sempre retrospectivas e, neste caso, cobrem um debate que foi realizado antes da divulgação, na semana passada, do inesperadamente forte relatório de emprego dos EUA de junho, e também antes da última ameaça de Trump de impor taxas a partir de 1º de agosto sobre muitos países, incluindo 25% sobre as importações de grandes parceiros comerciais como o Japão e a Coreia do Sul.

Mas a ata acrescentará detalhes sobre a discussão em um momento importante, quando Trump estava pedindo publicamente ao banco central que fizesse cortes profundos nas taxas de juros, embora os dados recebidos e os resultados das pesquisas estivessem repletos de evidências de preços mais altos e crescimento menor do emprego à frente, um possível dilema de política para as autoridades do Fed encarregadas de manter a inflação em 2% e o baixo desemprego.

Embora as autoridades do Fed, após a reunião de junho, tenham dito que sentiam que os níveis extremos de incerteza e preocupação com a política comercial haviam diminuído desde a primavera (do hemisfério norte), quando as ameaças de tarifas de Trump levantaram a perspectiva de uma queda profunda nos fluxos de comércio global e de uma possível recessão nos EUA, muito do debate sobre o comércio estava instável naquela época e continua assim até hoje.

Analistas do Citi disseram esperar que a ata sugira “que a trajetória das taxas de juros dependerá dos dados divulgados em junho, julho e agosto”, o que é coerente com o que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse posteriormente em uma audiência no Congresso. Os comentários de Powell preparam o terreno para um possível corte na taxa de juros na reunião de 16 e 17 de setembro, se o aumento dos preços decorrente das tarifas não mostrar sinais de causar inflação persistente e a economia continuar a gerar empregos suficientes para evitar que a taxa de desemprego aumente muito rapidamente.

“O período de ‘esperar para ver’ pode ser concluído até o final do verão”, disseram os analistas do Citi.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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