Ata do Fomc revela alerta duplo: Risco de inflação e fantasma do desemprego rondam economia dos EUA

O Federal Reserve (Fed) afirmou que os Estados Unidos (EUA) podem enfrentar “tradeoffs difíceis” nos próximos meses caso a inflação suba e as perspectivas de crescimento e de emprego enfraqueçam. Na reunião de maio, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve os juros inalterados em 4,25% a 4,50% ao ano.
O Fed afirma que “quase todos os membros comentaram sobre o risco de a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado”, conforme a economia do país se adapta às tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
“Espera-se que as tarifas aumentem significativamente a inflação este ano e proporcionem um impulso menor em 2026”, dizem os participantes do Fomc na ata do encontro passado, divulgada nesta quarta-feira (28).
Essa visão ganha forças com as projeções que apontam para um aumento nos riscos de recessão nos EUA.
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Eles destacam que há uma “incerteza considerável” em torno da evolução da política comercial, bem como quanto à escala, escopo, momento e persistência dos efeitos econômicos. “Incertezas significativas também cercam as mudanças nas políticas fiscais, regulatórias e de imigração”.
Diante do avanço potencial simultâneo da inflação e do desemprego, o banco central norte-americano se vê diante de um dilema: endurecer a política monetária para conter a alta dos preços ou flexibilizá-la, com cortes nos juros, para estimular o crescimento e preservar os empregos.
Vale lembrar que, segundo a última atualização do gráfico de pontos, o dot plot, o Fed projeta juros a 3,9% no final do ano — o que significa que a taxa de referência deve encerrar 2025 na faixa entre 3,75% a 4,00%. Ou seja, a expectativa é de que o BC norte-americano ainda realize dois cortes, de 0,25 pontos percentuais cada, até dezembro.