Atacadão economiza conta de luz com painéis solares e diz que atacarejo ainda é “muito desafiador”

Endividamento alto do consumidor faz Atacadão reduzir ritmo de novas lojas (Imagem: Atacadão/Facebook)

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A rede de atacarejo Atacadão, controlada pelo francês Carrefour, mantém plano de dotar novas lojas de painéis solares para reduzir em até 50% custos com energia em um ambiente ainda muito pressionado por alto endividamento da população e juros elevados que fizeram o setor tirar o pé do acelerador.

A companhia já instalou painéis solares em 25 lojas das 385 que possui no Brasil e esses equipamentos, em média, têm sido responsáveis por atender entre 40% a 50% do consumo de energia de cada unidade, disse o presidente-executivo do Atacadão, Marco Oliveira.

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“A diretriz do grupo (Carrefour) é que a partir deste ano, todas as novas lojas já abram com os painéis”, afirmou o executivo, citando que o custo dos equipamentos por loja, de quase R$ 7 milhões quando o projeto começou há três anos, caiu para entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.

Além da redução no preço, Oliveira também citou avanços na tecnologia que tornaram os painéis mais leves. “O custo de reforço da estrutura da loja é bem menor”, comentou, mencionando que o grupo faz um leilão de contratação de fornecedor para cada loja a ser equipada.

“O maior gasto (com energia) é com o ar condicionado das lojas”, disse Oliveira. Segundo o executivo, a conta média de eletricidade das lojas que não possuem os painéis solares é de R$ 100 mil a R$ 150 mil por mês.

As instalações mais recentes de painéis solares ocorreram em três lojas da companhia no Pará, antecipadas, segundo Oliveira, por conta da realização da COP30 em Belém.

O executivo afirmou que o objetivo da eletrificação solar no Atacadão é instalar os painéis em 25 lojas por ano.

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Para 2026, o Atacadão prevê abertura de entre 10 e 15 lojas no país.

A companhia enxerga um potencial de inaugurações de até 120 lojas nos próximos cinco anos, mas isso só se as condições econômicas permitirem, algo que inclui uma significativa redução nos juros do país, disse Oliveira.

“A questão de diminuição do ritmo de aberturas que vamos ver em 2026 e 2027 não está ligada ao potencial de mercado, mas muito mais à taxa de juros”, afirmou o presidente do Atacadão. “Com 15% de taxa de juros ao ano é difícil viabilizar o investimento.” O investimento médio em uma loja Atacadão é de R$ 75 milhões, disse o executivo.

Desafiador

Além da redução no ritmo de abertura de lojas, a companhia avalia que o setor de atacarejo segue ainda “bastante desafiador”, disse o presidente do Atacadão.

“O consumidor está extremamente endividado, com 75% das famílias do país endividadas e sem previsão de melhora no curto prazo”, afirmou Oliveira. “Nos últimos anos o setor teve aumentos de preços e os salários não acompanharam e agora temos uma tendência de queda no consumo e ‘downgrade’ de marcas”, comentou se referindo à troca de marcas pelos consumidores por opções mais baratas.

“As bets tiraram muito dinheiro do consumo. A facilidade do crédito consignado também elevou ainda mais o endividamento”, afirmou, citando que “ainda temos um pouco de queda no volume” de vendas.