Boi

Até ajuda trilionária de Trump à economia, boi havia perdido mais de US$ 30 no mercado futuro de Chicago

26 mar 2020, 15:29 - atualizado em 26 mar 2020, 15:46
Projeto prevê pagamento do valor integral de animal doente abatido
Gado vivo no mercado futuro cai bastante por coronavírus, mas reage um pouco (Imagem: Unsplash/@dorukyemenic)

Com os Estados Unidos entrando como o novo epicentro da pandemia do coronavírus no mundo, a trilionária ajuda do governo de Donald Trump deu algum sustento ao mercado bovino do país. E os mercados futuros começaram a reagir na Bolsa de Chicago (CBOT), após semanas despencando.

Desde que Washington começou a se mobilizar para irrigar a economia, no dia 18, o “centun weight” (cwt), equivalente a 45,35 kg (ou 100 pounds), saiu dos US$ 92,00 e fechou ontem a US$ 108,00 o contrato de abril. Nesta quinta (26), um ajuste técnico tirou pouco mais de 2,5%, ficando ao redor dos US$ 105,00.

Trump anunciou mais US$ 3 trilhões, distribuídos entre a população e pequenos e médios estabelecimentos comerciais.

Vale mostrar retroativamente a sensibilidade desse mercado para o agronegócio dos Estados Unidos.

Na terceira semana de janeiro, quando a China acendeu o alerta global e paralisou o país a partir de Wuhan, onde a epidemia (antes de virar pandemia) se iniciou, Chicago começou a cair da faixa dos US$ 124,00/125,00 cwt. Ou seja, havia perdido mais de US$ 30,oo em dois meses (até aproximadamente dia 18 último).

Segundo analistas locais do mercado, à época, perceberam que muitas posições foram trocadas para vendidas porque as exportações à China sofreriam um grande atraso.

Recorda-se que no acordo comercial entre os dois países, Pequim reduziu em 1/3 as tarifas sobre a carne bovina americana, cujas taxas estavam inflacionadas desde que a guerra comercial começou. Havia a expectativa de que os EUA embarcariam 30% das suas vendas externas aos chineses em 2020 – aliás, em informe, a JBS (JBSS3) tem essa expectativa para as suas plantas americanas –  e se constituiriam em concorrentes de Brasil, Argentina e Uruguai, os principais fornecedores.

Essa janela chinesa, no mínimo a ser postergada, foi emagrecendo os futuros, até que na semana passada entrou em cena, na precificação do cwt do gado vivo, a corrente econômica doméstica em forte baque.

O consumo dos restaurantes e bares, além de eventos, muito forte para uma país que sai literalmente às ruas, tirou sustentação dos preços.

E agora ainda fica a incerteza sobre a tendência de alta ou estabilização, com a injeção de recursos na economia.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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