Atividade econômica e emprego nos EUA sofreram pouca alteração nas últimas semanas, diz Fed

A atividade econômica e o emprego nos EUA se alteraram pouco ou nada nas últimas semanas, enquanto os preços subiram de forma moderada ou modesta, disse o Federal Reserve nesta quarta-feira (3) em um relatório que, na margem, pareceu evidenciar por que um número cada vez maior de autoridades monetárias do banco central tem sinalizado abertura para retomar os cortes de juros este mês.
“Os contatos frequentemente citaram a incerteza econômica e as tarifas como fatores negativos”, de acordo com o relatório Livro Bege do Fed, um retrato da saúde econômica do país publicado duas semanas antes de cada reunião de política monetária do banco central. “De modo geral, a confiança estava mista entre os distritos (do Fed). A maioria das firmas relatou pouca ou nenhuma mudança no otimismo ou expressou expectativas diferentes sobre a direção da mudança por parte de seus contatos.”
Depois de manterem a taxa de juros estável na faixa de 4,25% a 4,50% ao longo deste ano, espera-se agora que os formuladores de política monetária do Fed reduzam os custos de empréstimos de curto prazo em 0,25 ponto percentual na reunião de 16 e 17 de setembro.
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Os mercados financeiros e os analistas ficaram mais confiantes nessa visão depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse no mês passado que o aumento dos riscos de queda no mercado de trabalho pode significar que um ajuste na taxa de juros seja necessário, juntando-se a vários outros banqueiros centrais dos EUA que apresentaram argumento semelhante.
Powell citou sinais recentes de fraqueza nos dados do mercado de trabalho, incluindo um relatório do governo no início de agosto que mostrou que o crescimento do emprego havia caído para uma média mensal insignificante de 35.000 desde maio, e uma perspectiva básica de que as tarifas do presidente Donald Trump só aumentarão a inflação temporariamente.
Powell também disse que acredita que a estabilidade do mercado de trabalho significa que o Fed pode “proceder com cuidado”, uma frase que sugere cortes graduais nas taxas de juros.
Pressão da Casa Branca
Trump exigiu que o Fed corte as taxas de juros imediata e profundamente e agiu de forma agressiva para tentar reformular a composição da diretoria do banco central, de modo a aumentar a probabilidade de isso acontecer.
O assessor econômico da Casa Branca, Stephen Miran, indicado por Trump para preencher uma vaga no conselho do Fed que surgiu inesperadamente no mês passado, terá uma audiência no Comitê Bancário do Senado dos EUA na quinta-feira, com legisladores republicanos empenhados em vê-lo confirmado a tempo de votar na reunião do Fed deste mês. Miran disse que apoia a opinião de Trump sobre as taxas e defendeu um controle presidencial mais forte sobre o banco central.
Trump também está tentando demitir a diretora do Fed Lisa Cook, que votou com a maioria dos formuladores de política monetária do banco central para manter os juros estáveis este ano. Cook está contestando sua remoção na Justiça e permanece em seu cargo enquanto o caso está pendente.
O mais recente Livro Bege resume as pesquisas, entrevistas e observações coletadas dos contatos comerciais e comunitários de cada um dos 12 bancos regionais do banco central dos EUA até 25 de agosto.